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Irã

Obama segue caminho errado ao apoiar Israel, diz líder do Irã

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse na quarta-feira que o presidente dos EUA, Barack Obama, está trilhando o mesmo "caminho errado" de seu antecessor George W. Bush ao apoiar Israel, país que ele descreveu como um "tumor canceroso".

As declarações devem frustrar o novo governo norte-americano, que espera uma aproximação com o Irã, desde que o regime islâmico "descerre seu punho", ou seja, abandone a retórica agressiva contra os EUA e Israel.

"Mesmo o novo presidente da América, que chegou ao poder com slogans sobre mudar as políticas de Bush, está defendendo o terrorismo de Estado ao falar em compromisso incondicional com a segurança de Israel", disse Khamenei numa conferência sobre a questão palestina em Teerã.

Os Estados Unidos há anos pedem que o Irã abandone sua oposição ao processo de paz no Oriente Médio e pare de apoiar organizações como o libanês Hezbollah e o palestino Hamas, ambos considerados terroristas por Washington.

O Irã, que não reconhece o direito de Israel à existência, diz que essas organizações islâmicas combatem a ocupação ilegal de terras palestinas.

Um analista iraniano disse que Khamenei pode estar reafirmando a linha-dura para deixar claro que Teerã não abrirá mão facilmente de políticas regionais que possam servir em eventuais barganhas.

"Ele está dizendo que vocês (norte-americanos) têm de mudar se quiserem que mudemos", disse o analista, pedindo anonimato. "O Irã não pode se dar ao luxo de deixar suas políticas regionais irem embora. Isso não pode acontecer tão facilmente."

Revertendo a política de Bush, o governo Obama fala em uma aproximação com o Irã a respeito de várias questões, inclusive nas discussões sobre o programa nuclear iraniano. Mas uma importante fonte oficial dos EUA disse na segunda-feira que a secretária Hillary duvida que o Irã vá responder às ofertas de diálogo quando estas forem formalizadas.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse no mês passado que Teerã aceitaria um diálogo baseado no respeito mútuo, mas antes já listara condições para qualquer abertura, como ao dizer que Washington deve retirar suas tropas espalhadas pelo mundo.

Qualquer decisão, porém, depende de Khamenei, que até agora não se referiu diretamente às aberturas oferecidas por Obama, mas no passado disse que os governos dos EUA em geral não merecem confiança.

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