O presidente-eleito dos EUA, Barack Obama, telefonou para o presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, para reafirmar o apoio norte-americano ao país aliado, recentemente envolvido numa guerra contra a Rússia, disse o governo georgiano na terça-feira.
As relações da Rússia com o Ocidente se tornaram ainda mais tensas depois do conflito armado de agosto, iniciado depois que a Geórgia tentou recuperar à força a sua província separatista da Ossétia do Sul, que desde a década de 1990 já gozava de autonomia sob a proteção de Moscou.
Os EUA dizem que a reação militar russa foi exagerada, e que Moscou errou também ao reconhecer apressadamente a independência da Ossétia do Sul e de outra região separatista, a Abkházia.
Um porta-voz de Saakashvili disse que o democrata Obama, eleito substituir o republicano George W. Bush, fez o telefonema na segunda-feira.
"A conversa foi amistosa e tocou no futuro das relações entre Geórgia e os EUA", disse a assessoria de imprensa de Saakashvili em nota divulgada no seu site (www.president.gov.ge).
"Obama salientou que apóia a integridade territorial da Geórgia e dedicou atenção à importância de continuar as reformas na Geórgia", disse a nota. "Obama expressou esperança de que os dois líderes se reúnam num futuro próximo."
O embaixador georgiano na ONU disse na segunda-feira esperar que, sob o governo Obama, os EUA mantenham seu apoio à adesão da Geórgia à Otan.
Bush pressiona a aliança militar ocidental a incorporar rapidamente Geórgia e Ucrânia, uma posição da qual muitos membros europeus da Otan discordam - e que já enfurecia a Rússia mesmo antes da guerra de cinco dias contra o país vizinho.
Com o gradual esvaziamento da influência do governo Bush, autoridades dos EUA e da Europa dizem que Washington agora avalia se a Otan poderia oferecer alguma espécie mais limitada de acesso à aliança, de modo a satisfazer a oposição européia à modalidade mais habitual, o Plano de Ação de Adesão.