O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu que a ameaça levantada pelos insurgentes sunitas que semearam o caos no Iraque pode se estender a outros países da região, como Jordânia e insistiu na necessidade de manter o "alerta".

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"Vamos ter de ficar em alerta geral", afirmou Obama em uma entrevista à rede de televisão "CBS" gravada na sexta-feira (20), que teve alguns trechos publicados neste domingo (22). Segundo ele, o problema atualmente está na desestabilização promovida pelos radicais sunitas do Estado Islâmico no Iraque e o Levante (EIIL) e que esta ameaça pode se ampliar e contagiar países aliados, como a Jordânia.

"Acho que sua ideologia extremista levanta uma ameaça de médio e longo prazo", disse o presidente, que assinalou que a solução não é enviar tropas americanas cada vez que emerge um destes grupos radicais.

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"Vamos precisar de uma estratégia mais focada, teremos de estabelecer alianças e treinar os policiais e militares locais para que façam seus trabalhos", ressaltou Obama.

Os insurgentes sunitas do jihadista EIIL tomaram nas últimas horas outras três localidades da província de Al-Anbar, seu reduto no oeste do Iraque.

Obama, que liderou a retirada das tropas americanas do Iraque em 2011, anunciou esta semana que enviará 300 assessores militares americanos ao país árabe para ajudar na luta contra os radicais islâmicos.

Os assessores determinarão "o estado e a coesão" das Forças de Segurança iraquianas, que viram 90 mil soldados abandonarem suas fileiras este mês por causa da ofensiva no norte do país de EIIL.

Os insurgentes tomaram o controle de Mossul, a segunda maior cidade do país, em uma operação que forçou o deslocamento de 500 mil iraquianos. Nela o EEIL teria confiscado centenas de milhões de dólares depositados na sede do banco central iraquiano em Mossul.

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O governo de Obama afirmou que não favorecerá nenhuma facção dentro do Iraque e instou ao cada vez mais impopular primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki a formar um governo de união nacional.

Maliki é o líder da maioria xiita, que representa algo entre 60% e o 65% da população do país, frente a 32% a 37% de sunitas, divididos entre árabes e curdos.

O presidente, que deverá criar um governo de coalizão após as eleições legislativas realizadas em 30 de abril e ratificadas este mês nas quais o partido obteve um terço do parlamento, foi acusado de negar aos árabes sunitas uma representação significativa e de governar a favor dos interesses da maioria xiita.