Como os pioneiros povoadores dos Estados Unidos, o senador Barack Obama ruma para o Oeste. No caso do candidato do Partido Democrata à presidência, a riqueza buscada não é outra senão votos.
A região tradicionalmente de maioria republicana é vista como uma oportunidade para Obama. Ele quer ganhar espaço diante do rival, o republicano John McCain, e faz campanha para isso em Nevada, Colorado e Novo México. Ao mesmo tempo, nutre esperanças de crescer no Arizona, Estado que McCain representa no Senado.
"Esta região está bastante em jogo", apontou Brian Sanderoff, um especialista em pesquisas apartidário de Albuquerque, Novo México. "O fato de McCain ser do Oeste e de um Estado vizinho será compensado pelo ânimo democrático da nação, o que tornará a corrida realmente competitiva no Oeste."
Pesquisas com diferenças apertadas e a atenção constante dos dois candidatos atestam isso, pouco mais de dois meses antes das eleições gerais.
Os democratas dominam os Estados liberais da costa, competem fortemente nos swing states - Estados que nem sempre favorecem o mesmo partido nas eleições - do Meio-Oeste e geralmente perdem no conservador sul para os republicanos.
Os dois partidos competiram duro pelo Oeste nas últimas eleições presidenciais. Os resultados já foram vitórias para os dois lados.
Após décadas de predomínio do Partido Republicano em eleições presidenciais, o democrata Bill Clinton venceu em Nevada, Colorado e Novo México em duas eleições nos anos 1990, com a ajuda do candidato independente Ross Perot, porém perdeu o Arizona. O democrata Al Gore venceu apenas no Novo México em 2000, e por uma margem bastante estreita, e o democrata John Kerry perdeu nos quatro Estados em 2004.
Neste ano, por razões políticas e demográficas, Obama enfocou Nevada, Colorado e Novo México como Estados cruciais para roubar espaço dos republicanos em sua caminhada para tentar os 270 votos necessários para levar a Casa Branca. Somados, os três Estados fornecem 19 votos ao colégio eleitoral que aponta o presidente.
Conjuntura
"Se Obama conseguir vencer nesses três Estados, terá mais a ver com uma tendência nacional contra o Partido Republicano se manifestando que com mudanças políticas ou demográficas regionais", apontou Bob Loevy, especialista em políticas do Oeste no Colorado College. "Essa mudança nacional tem que ser grande o suficiente para alterar o padrão histórico desses Estados de tender a votar em um presidente republicano."
Os democratas vêem uma conjuntura bastante favorável para buscar uma vitória expressiva nessa área: a frustração com os oito anos de governo do republicano George W. Bush, as vitórias democratas recentes em eleições estaduais e, sobretudo, uma afluência de novos residentes de tendências democratas. Esses incluem vários hispânicos atraídos por terras e empregos, além de liberais urbanos que mudaram para a região em busca de tranqüilidade após a aposentadoria, por exemplo.
"A votação será apertada. Não há como negar isso", admite Heidi Smith, principal nome do Partido Republicano no condado de Washoe, Nevada. Ela, porém, vê uma esperança para seu partido: "Creio realmente que há várias pessoas que, eu não diria que temem Obama, mas apenas não o conhecem, e terminarão votando em McCain."