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Protestos

Obama tenta explorar raiva contra Wall Street em viagem ao sul

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, procurará explorar a raiva pública contra os excessos de Wall Street para esquentar o clima com os republicanos do Congresso, ao embarcar em uma turnê rodoviária nesta segunda-feira (17) em busca de apoio para seu pacote de emprego.

Na estrada pelos próximos três dias, Obama segue para Carolina do Norte e Virgínia, ambas vitais para suas chances de reeleição em 2012, com uma abordagem cada vez mais populista que visa conseguir a aprovação de pelo menos partes de seu plano de empregos de 447 bilhões de dólares.

As visitas a dois estados do sul acontecem em meio ao cenário de protestos contra a ganância corporativa e desigualdade econômica, que começaram semanas atrás em Nova York e se espalharam para outras cidades, inspirando um "Dia de Fúria" mundial, com manifestações contra o sistema financeiro em vários países no fim de semana.

Obama - cujos números nas pesquisas vêm caindo devido à maneira com que lidou com a economia estagnada e o desemprego elevado -- manifestou simpatia pelas queixas do movimento "Ocupem Wall Street", mas o fez com cautela, até por conta dos laços de sua própria equipe econômica com a indústria financeira.

"O presidente vai continuar reconhecendo a frustração que ele próprio compartilha sobre a necessidade de Washington fazer mais para apoiar a nossa recuperação econômica e para assegurar que o interesse de 99 por cento dos norte-americanos seja bem representado", disse o porta-voz Josh Earnest quando perguntado se Obama iria enviar uma mensagem para os manifestantes de Wall Street em sua viagem ao sul.

O presidente, do Partido Democrata, quer intensificar a pressão sobre os republicanos, enquanto tenta aprovar seu pacote de emprego parte por parte, a partir desta semana, depois que o plano total foi derrotado no Congresso na semana passada.

Com a corrida eleitoral se aproximando, a estratégia de Obama é forçar os republicanos a cederem ou serem pintados como obstrucionistas mais interessados em proteger "milionários e bilionários" -- "1 por cento" da população" - contra o pagamento de sua justa parcela de impostos.

Os republicanos alegam que o pacote original de Obama estava carregado de gastos desnecessários e aumentos de impostos que matariam empregos para norte-americanos ricos. Eles o acusam de demonizá-los e promover uma "guerra de classes", em vez de trabalhar com eles para encontrar pontos de consenso.

O impasse sobre o projeto de lei de empregos levantou preocupações de que a disfunção política em Washington irá impedir a adoção de grandes medidas para estimular as contratações antes das eleições de novembro de 2012.

A Casa Branca considerou a viagem de Obama, a segunda desde agosto, como uma chance de ele se reconectar com os cidadãos comuns fora da "bolha" de Washington.

Enquanto seus assistentes insistem que a jornada tem a ver com emprego e não política, o itinerário envolve dois estados tradicionalmente conservadores na qual ele venceu a eleição em 2008, mas onde pesquisas mostram que ele corre risco de perder em sua tentativa de ser reeleito.

A mensagem mais ampla, explicou o porta-voz, será a de que os republicanos "coloquem o país à frente do partido" e aprovem a primeira parte do pacote no Senado esta semana - 35 bilhões de dólares em ajuda a estados para preservar os empregos de professores, policiais e bombeiros.

Os republicanos mostraram pouco entusiasmo com a proposta, embora não a tenham rejeitado totalmente.

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