Presidente norte-americano respondeu à revelação de que a IRS foi mais rígida com declarações de políticos conservadores| Foto: Jason Reed/Reuters

Sigilo

Republicanos pedem investigação sobre abertura de dados

Agência Estado

Parlamentares republicanos do Comitê de Finanças do Senado pediram ontem uma investigação sobre a abertura não autorizada de informações tributárias confidenciais pelo IRS.

Em carta ao mesmo inspetor geral do IRS que encobriu a quebra de sigilo de dados tributários de grupos do Tea Party, os republicanos afirmam que a abertura de dados confidenciais eleva ainda mais os temores sobre direcionamento político. "Estamos preocupados com a possibilidade de o IRS ter divulgado indevidamente informações confidenciais sobre certos grupos conservadores em 2012, incluindo pedidos e formulários e nomes de doadores", diz a carta.

Junto com grupos do Tea Party, "as ações recentes do IRS têm pelo menos a aparência de introduzirem política partidária no que se supõe que seja um processo imparcial e nos leva, o povo americano, a questionar a integridade da administração do IRS e sua capacidade de aplicar as leis tributárias do país imparcialmente", diz a carta dos republicanos.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu ontem colaborar com a busca por meios de assegurar a neutralidade na atuação da Receita Federal norte-americana (IRS, na sigla em inglês), mas rechaçou a ideia de que um promotor especial seja nomeado para investigar o escândalo provocado pela revelação de que a agência governamental realizou uma análise mais minuciosa que o normal das declarações de renda de grupos políticos conservadores antes das eleições do ano passado. Segundo Obama, o Departamento de Justiça e o Congresso dos EUA já lançaram suas investigações para tentar chegar aos culpados.

"Com essas investigações, creio que poderemos elucidar o que aconteceu exatamente, quem esteve envolvido, o que saiu errado e poderemos ainda implementar medidas para corrigir os problemas", declarou Obama.

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Ainda ontem, Obama nomeou Daniel Werfel para ocupar interinamente o cargo de comissário da Receita. Werfel deixará o cargo de controlador-geral da Agência de Administração e Orçamento para suceder Steven Miller, cuja renúncia foi anunciada ontem em consequência do escândalo.

Profissional

Werfel, de 42 anos, assumirá o posto no dia 22. Ele já serviu em governos democratas e republicanos e, segundo Obama, "trabalha com profissionalismo, integridade e conhecimento".

Obama prometeu colaborar e reiterou que desconhecia o fato de grupos conservadores terem sido objetivo de uma investigação mais detalhada que o normal por parte da IRS. "Minha principal preocupação é resolver o problema", disse Obama. "É simplesmente inaceitável que haja qualquer sinal de partidarismo ou ideologia quando se trata de aplicar nossa legislação tributária."

Entender

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Obama declarou que está determinado a entender completamente como a Receita fez exames minuciosos de grupos conversadores que solicitaram isenção tributária e também a garantir que tais práticas não aconteçam novamente.

"Vamos colocar uma nova liderança [no IRS]", disse Obama, após anunciar que o secretário do Tesouro, Jack Lew, pediu e aceitou a renúncia do atual comissário do IRS, Steven Miller.