O presidente dos EUA, Barack Obama, viaja na sexta-feira à costa norte-americana do Golfo do México para avaliar os trabalhos de contenção do maior vazamento de petróleo da história do país.

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Ele passará pela costa da Louisiana, onde uma camada viscosa de óleo invadiu manguezais, paralisou a lucrativa atividade pesqueira e irritou uma população que ainda se recupera do impacto do furacão Katrina, em 2005.

A empresa britânica BP, dona do poço que está jorrando petróleo, disse que obteve algum progresso nesta sexta na contenção do vazamento. O custo do desastre subiu de 760 milhões de dólares (avaliação de segunda-feira) para 930 milhões, segundo a companhia. O gasto ainda deve subir expressivamente, neste que já é o pior vazamento de óleo na história dos EUA, superando o acidente de 1989 com o navio Exxon Valdez no Alasca.

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A viagem de sexta-feira será a segunda de Obama à costa sul dos EUA desde o início do vazamento em 20 de abril, depois da explosão e naufrágio de uma plataforma de petróleo, que deixou 11 mortos.

Na véspera, Obama prometeu que o problema será resolvido, e reagiu às críticas que seu governo vem sofrendo pela suposta demora em agir. Segundo Obama, até sua filha Malia, de 11 anos, se mostra aflita. "Já tapou o buraco, papai?", teria perguntado ela, segundo o presidente.

Para muitos, o desastre da BP tem potencial para se tornar o Katrina do governo Obama - depois daquele furacão, em 2005, a popularidade do então presidente George W. Bush desabou, devido à atrapalhada reação do governo à tragédia.

No caso de Obama, o problema é que o governo federal não detém a tecnologia nem as ferramentas para resolver esse tipo de desastre a 1,6 mil metros de profundidade, e depende da BP para achar um jeito de conter o vazamento. O governo tem responsabilizado integralmente a BP pelo desastre.

Na quarta-feira, a empresa começou a "sufocar" o vazamento com lama pressurizada, e depois espera cimentar a boca do poço. A manobra nunca foi tentada a tamanha profundidade, e especialistas estimam em 50 por cento a chance de sucesso.

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Na sexta-feira, a BP disse que ainda não sabe avaliar o sucesso da operação, e que o bombeamento de lama vai continuar por mais 24 a 48 horas.

Na quinta-feira, após primeiras notícias animadoras sobre a operação, as ações da BP tiveram alta de 6% na Bolsa de Londres, mas na sexta-feira sofriam queda de 2%. Desde o início da crise, o valor de mercado da empresa já caiu cerca de 50 bilhões de dólares (um quarto do total).

Se a "sufocação" do poço não funcionar, a BP ainda pode tentar desviar o óleo que está jorrando, para recolhê-lo na superfície, ou instalar uma nova válvula de segurança na boca do poço. Paralelamente a isso, a empresa está escavando dois poços auxiliares, a partir dos quais poderá tentar sanar o problema, mas isso ainda deve levar algumas semanas.

Inicialmente, a BP passou semanas dizendo que o poço estava liberando cerca de 800 mil litros de petróleo por dia. Na quinta-feira, o governo divulgou novas cifras que indicam uma quantidade quatro ou cinco vezes maior.

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