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Barack Obama, candidato democrata à Casa Branca, é capaz de fazer comícios para 70 mil pessoas, causar comoção em um giro pelo exterior e atrair horas de programação televisiva. Dito assim, até parece que ele tem a eleição no bolso. Apesar do frisson em torno de sua candidatura, porém, ele mantém uma vantagem mínima sobre seu adversário, o republicano John McCain.

Na média nacional de pesquisas do site Real Clear Politics, Obama está com 46,5%. McCain tem 43,9% - um diferença de 2,6 pontos porcentuais. A disputa apertada se repete em outras sondagens. Obama lidera nas pesquisas das redes de TV CNN (51% a 44%), Fox (41% a 40%), na dos institutos Pew (47% a 42%), Rasmussen (47% a 46%), e empata com McCain na do Gallup (44% a 44%).

No entanto, especialistas afirmam que ele deveria estar pelo menos 10 pontos à frente. "Os democratas deveriam estar goleando, mas não estão", disse Terry Madonna, diretor do centro de política do Franklin and Marshall College. A razão da vantagem do democrata é que tudo está a seu favor. A economia vai mal, os americanos são contra a guerra no Iraque e estão cansados da presidência de George W. Bush. Então, o que falta para Obama ultrapassar a barreira dos 50%?

"Ele nunca foi testado, as pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre Obama", disse Stephen Hess, do Brookings Institution. "Os eleitores independentes e os republicanos menos convictos ainda estão examinando os dois candidatos. Cabe a Obama convencê-los de que está à altura do cargo de presidente."

Quando o assunto é o desempenho de Obama, o nome do republicano Ronald Reagan logo vem à mente dos analistas. Na eleição de 1980, Reagan, um veterano ator de Hollywood, era o político carismático concorrendo contra um presidente impopular, o democrata Jimmy Carter. Embora tivesse mais experiência que Obama - Reagan foi duas vezes governador da Califórnia -, o ex-galã de cinema era tido como inexperiente. "A essa altura, na eleição de 1980, Carter estava à frente de Reagan. Em certo ponto, porém, houve uma virada", disse Hess.

A vantagem de 5 pontos é considerada pequena - em geral, as pesquisas têm uma margem de erro de 3 pontos. "É uma eleição muito apertada", afirmou Juliana Horowitz, pesquisadora do Pew Research Center. "Mas ainda é cedo. Normalmente, as coisas só se decidem após as convenções, quando as pessoas voltarem das férias de verão (que acabam em setembro)". Para Juliana, uma fatia do eleitorado que resiste a Obama são as mulheres mais velhas, eleitoras de Hillary Clinton, derrotada por ele nas primárias do partido.

Terry Madonna diz que a decisão está nas mãos de Obama. "Ele ainda precisa convencer muita gente ou as pessoas votarão em McCain". Por isso, o clima de "já ganhou" não é bom para o democrata. Os republicanos, aproveitando escorregões de Obama, tentam vendê-lo como um candidato presunçoso. Em uma reunião com líderes democratas esta semana, Obama disse que ele havia se tornado "um símbolo da volta das melhores tradições da América". Muitos dizem até que ele já teria formado uma equipe de transição de governo. "Obama precisa provar que tem confiança para ser presidente, mas existe uma linha tênue entre confiança e presunção", afirmou Terry.

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