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Presidente do México disse que receber qualquer chefe de Estado “não está na [sua] agenda”; oposição convidou Milei para visita ao país
Presidente do México disse que receber qualquer chefe de Estado “não está na [sua] agenda”; oposição convidou Milei para visita ao país| Foto: EFE/Sáshenka Gutiérrez

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, descartou nesta terça-feira (27) uma reunião com seu homólogo da Argentina, Javier Milei, caso este aceite o convite de visitar o país feito pela senadora Lilly Téllez, do opositor Partido Ação Nacional (PAN).

“Isso não [reunião com Milei], isso certamente não”, disse o presidente mexicano durante sua tradicional coletiva de imprensa matinal quando questionado por um repórter.

No entanto, o presidente mexicano desejou “muito boa sorte” à senadora com os seus convidados e afirmou que não pretende receber nenhum presidente ou chefe de Estado. “Isso não está na agenda”, reiterou.

Obrador referiu-se assim ao convite que Téllez fez ao presidente da Argentina para visitar o Senado mexicano e dialogar sobre os diferentes problemas enfrentados por ambos os países.

A senadora mexicana entregou o convite na última segunda-feira à embaixadora argentina no México, Romina Cocache.

Além de descartar um possível encontro com Milei, Obrador também comentou que “a melhor política externa é a interna”. “Primeiro a casa, você não pode ser a lâmpada da rua e a escuridão da casa”, comentou.

Além disso, destacou que Téllez e a candidata presidencial do PAN, Xóchitl Gálvez, se identificam com o pensamento de Javier Milei e de outros políticos estrangeiros, como José María Aznar e Santiago Abascal, além do escritor Mario Vargas Llosa.

Obrador comparou vitória de Milei nas primárias à ascensão de Hitler

De esquerda, Obrador iniciou uma onda de críticas a Milei em agosto do ano passado, quando o libertário venceu as primárias da eleição presidencial argentina.

À época, ele citou o ditador nazista Adolf Hitler ao comentar a ascensão de Milei e acusou o Fundo Monetário Internacional (FMI) de ter “virado as costas” para o governo do então presidente peronista Alberto Fernández.

“Isso precipitou uma crise econômica, que obviamente afetou o povo argentino e produziu inflação. Aqui é importante lembrar que, entre outras coisas, Hitler se reergue, se consolida como líder, depois de uma inflação sofrida antes de chegar ao poder”, comentou Obrador.

“As inflações e as crises econômicas sempre ajudam a direita, o conservadorismo, que é um pouco o que está acontecendo na Argentina. Não estou comparando Milei com Hitler, para que fique claro, estou fazendo uma referência histórica”, argumentou o presidente mexicano.

Em novembro, quando Milei foi eleito, Obrador disse que a vitória do libertário foi um “gol contra” do povo argentino.

“Para resumir, com todo o respeito, foi um gol contra. E embora eu respeite a decisão que os povos tomam, não concordo com os governos de direita”, disse.

Dias antes, Obrador havia criticado Milei pelas críticas que o argentino fez ao papa Francisco no passado – o libertário pediu desculpas e este mês se encontrou com o sumo pontífice no Vaticano.

“Esse facho ultraconservador está investindo contra ele porque o papa Francisco é um dos papas mais consistentes da história da Igreja, mais apegados à doutrina do amor ao próximo e à defesa dos pobres”, afirmou Obrador. (Com Agência EFE)

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