O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador| Foto: EFE/Isaac Esquivel
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O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, revelou nesta quarta-feira (9) que enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para “reconhecer e expressar” gratidão pelas políticas de imigração implementadas pelo governo do democrata no país vizinho.

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"Acabei de enviar uma carta ao presidente Biden e agradeço por duas decisões que ele tomou", afirmou o presidente mexicano durante sua coletiva de imprensa matinal.

López Obrador destacou que uma dessas decisões foi a criação de uma via legal para os migrantes: o aplicativo CBP One, que permite aos cidadãos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela solicitar asilo e vistos para os Estados Unidos.

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"Agora, os migrantes dos países vizinhos podem solicitar asilo e entrar legalmente nos Estados Unidos. Isso não existia antes; havia apenas a possibilidade, a opção, de partir e correr todos os riscos para chegar aos Estados Unidos", declarou.

Outra decisão, de acordo com López Obrador, colocou Biden como o primeiro presidente dos EUA em décadas a não construir um muro na fronteira.

"Além disso, ele não agiu como o governador do Texas [o republicano Greg Abbott], que implantou boias e arame farpado", acrescentou, classificando essa ação na fronteira como "desumana".

O presidente mexicano também enfatizou o relacionamento "positivo" com os Estados Unidos.

No entanto, López Obrador observou que, embora agora exista um caminho legal para chegar ao território dos EUA, é necessário um "plano abrangente para combater a pobreza nas Américas", uma vez que a migração é motivada pela "necessidade, não pelo prazer".

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Ele considerou ser uma "obrigação moral" das nações economicamente mais favorecidas ajudar os países mais pobres a gerenciar os fluxos migratórios, "para evitar transbordamentos".

López Obrador lembrou sua proposta às Nações Unidas de um fundo para combater a pobreza global e sugeriu que essa deveria ser uma tarefa central da organização internacional.

"Isso é uma das reformas necessárias na ONU, que já é uma entidade estagnada. Eles nem mesmo deram atenção a isso ou tomaram uma iniciativa clara e decisiva para alcançar a paz na guerra entre Rússia e Ucrânia; eles não fazem nada", disse Obrador.

Antes da medida de Biden para cidadãos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, implantada em janeiro deste ano, o fluxo migratório em direção aos Estados Unidos havia atingido um recorde, com mais de 2,76 milhões de migrantes sem documentos sendo interceptados na fronteira entre os EUA e o México no ano fiscal de 2022.

O México registrou um aumento anual de mais de 43% no número de "indivíduos irregulares" no país no ano passado, com as autoridades detectando 444.439 migrantes ilegais.

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Apesar da medida de janeiro e outra, de maio, que aumentou as restrições para solicitações de asilo, terem diminuído o número de flagrantes de imigração ilegal na fronteira sul dos Estados Unidos, a agência Reuters informou que no início desta semana centenas de imigrantes se concentraram em Ciudad Juárez, devido a boatos de uma permissão para que migrantes entrassem em massa no território americano.

Além disso, a pressão migratória tem levado até mesmo aliados de Biden, como a governadora de Massachusetts, Maura T. Healey, e o prefeito de Nova York, Eric Adams, a declarar ou cogitar estado de emergência devido à falta de estrutura para abrigar imigrantes. (Com Agência EFE)

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]