O esquerdista Andrés Manuel López Obrador venceu neste domingo (1) a eleição para a presidência do México. Sua vitória foi apontada por pesquisas de boca de urna e admitida por adversários. Antes de qualquer anúncio oficial, seus oponentes Ricardo Anaya, do Partido da Ação Nacional (PAN), e José Antonio Meade, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), reconheceram a vitória de Obrador.
Obrador é um político com 30 anos de carreira e já disputou a presidência mexicana outras duas vezes. Desta vez, porém, ele conseguiu se colocar como um candidato anti-establishment, criticando o atual presidente Enrique Peña Nieto, do PRI, que está envolvido em escândalos de corrupção.
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Para a disputa, ele fundou um novo partido, o Movimento da Regeneração Naconal (Morena). Apesar de se histórico de esquerda, Obrador usou o movimento para construir um discurso mais moderado. Seu discurso se centrou na ideia de combate à corrupção, redução da violência e da pobreza.
O desafio de Obrador para colocar esse discurso em prática será imenso. O México está mergulhado em uma guerra sangrenta com cartéis de traficantes, e terá um grande desafio econômico diante do discurso contra o Nafta, acordo comercial da América do Norte, encampado pelo presidente americano Donald Trump. O crescimento da economia é parte importante de um projeto que pretende aumentar programas sociais para erradicar a pobreza.
Para analistas, a vitória de Obrador tem componentes parecidos com aqueles que levaram à vitória de candidatos populistas nos Estados Unidos e Europa, e outros conservadores na América Latina. Obrador construiu o discurso de que não faria parte do establishment político que dominou o México nas últimas décadas e, com isso, conseguiu uma vitória com larga vantagem. Segundo levantamentos, ele teria quase 50% dos votos.