São Paulo - Chegou ontem pela manhã ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) o eurodeputado espanhol Luis Herrero, que foi expulso da Venezuela no último sábado. Herrero estava em Caracas desde quinta-feira a convite do oposicionista Partido Democrata Cristão (Copei) para acompanhar, na condição de observador internacional, o referendo sobre a reeleição ilimitada de Hugo Chávez.
O deputado afirma que foi colocado à força em um avião por policiais horas depois de dar uma entrevista em Caracas a uma tevê oposicionista em que acusou Chávez de recorrer a práticas ditatoriais.
Ele criticou a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão supostamente independente mas tido por opositores como subordinado ao governo, de prolongar por duas horas a abertura dos centros de votação, diferente de pleitos anteriores. "Temo que [o adiamento do fechamento das urnas] possa ser utilizado para fazer algum tipo de manobra que não seja legal, que não seja democrática'', disse Herrero.
Na mesma entrevista, o parlamentar do conservador Partido Popular (PP) acusou Caracas de "perpetrar violações dos direitos humanos sem comparação com nenhum sistema democrático ocidental.''
A decisão de negar o título de observador internacional a Herrero e expulsá-lo do país foi tomada pela Presidência, mas acabou formalmente ordenada pela presidente do CNE, Tibisay Lucena, sob acusação de que o deputado feriu "a dignidade'' do Conselho e a "tranquilidade que rege este processo democrático".