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Rebeldes comemoram diante do fogo ateado em roupas de soldados leais a Muammar Kadafi, entre Benghazi e Ajdabiyah, na Líbia | REUTERS/Goran Tomasevic
Rebeldes comemoram diante do fogo ateado em roupas de soldados leais a Muammar Kadafi, entre Benghazi e Ajdabiyah, na Líbia| Foto: REUTERS/Goran Tomasevic

TRÍPOLI (Reuters) - Aviões de guerra ocidentais atingiram forças terrestres líbias em uma cidade estrategicamente importante no leste, dando sequência a uma campanha de quase uma semana que ainda não desferiu um golpe fatal nos tanques e na artilharia de Muammar Kadafi.

Em Trípoli, moradores relataram outra incursão aérea pouco antes do amanhecer de sexta-feira, ouvindo o estrondo de um avião de guerra seguido por uma explosão distante e disparos de fogo anti-aéreo.

As operações dos aliados para impor uma zona de exclusão aérea e deter a violenta repressão contra o levante popular recebeu mais apoio árabe quando os Emirados Árabes Unidos disseram que irão participar, mas a França alertou que o conflito não será breve.

"Duvido que sejam dias", disse o almirante Edouard Guillaud à rádio France Info. "Acho que serão semanas. Espero que não sejam meses."

Guillaud afirmou que um avião francês destruiu uma bateria de artilharia das forças de Kadafi perto da fronteira de Ajdabiyah, cidade do leste a 150 km de Benghazi. Ajdabiyah tem importância estratégica para os dois lados, já que domina a rodovia costeira rumo ao oeste.

Em Londres, o Ministério da Defesa disse que aviões britânicos Tornado também têm atuado na região, disparando mísseis na noite de quinta para sexta-feira em veículos militares líbios que ameaçavam civis.

Após quatro dias de duras negociações a Otan disse que manterá a zona de exclusão aérea, mas não chegou a assumir o comando pleno das operações militares apoiadas pela ONU para proteger civis das forças leais a Gaddafi.

Autoridades da Otan disseram que no domingo se deve decidir se o mandato será ampliado para que assuma o comando total, incluindo ataques a alvos terrestres para proteger áreas civis sob ameaça das forças de Gaddafi.

Diferenças a respeito da abrangência que a resolução da ONU concedeu para a ação militar contra o exército de Gaddafi levaram a dias de debates acalorados na Otan sobre seu papel na operação.

Os Estados Unidos, com operações militares no Iraque e no Afeganistão, anseiam em se retirar e desempenhar um papel coadjuvante na Líbia para preservar a unidade da aliança e manter o apoio de países muçulmanos para a intervenção com mandato das Nações Unidas.

A Turquia desejava poder usar seu poder de veto na Otan para limitar as operações aliadas contra a infraestrutura líbia e evitar baixas entre civis muçulmanos resultantes dos ataques aéreos da coalizão.

A despeito da estrutura aparentemente frágil do novo comando em planejamento e das ressalvas árabes com o uso da força, a operação continua a receber apoio para além do Ocidente.

Os Emirados Árabes Unidos enviarão 12 aviões para participar das operações de aplicação da zona de exclusão aérea na Líbia, informou a agência estatal do país.

O Catar já contribuiu com dois caças e dois aviões militares de apoio para ajudar neste esforço.

E na ONU, enviados disseram que o Sudão discretamente concedeu permissão para o uso de seu espaço aéreo para as nações que mantêm a zona de exclusão aérea. O embaixador sudanês na ONU, Daffa-Alla Elhag Ali Osman, nem confirmou nem negou esse relato.

(Reportagem de Mohammed Abbas e Angus MacSwan em Benghazi, Hamid Ould Ahmed e Christian Lowe em Argel, Tom Perry no Cairo, David Brunnstrom em Bruxelas, Phil Stewart em Moscou, Andrew Quinn em Washington, Catherine Bremer, Emmanuel Jarry e Yves Clarisse em Paris, Rosalba O'Brien em Londres)

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