O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, faz pronunciamento por vídeo durante a 17ª Reunião Interamericana de Autoridades Eleitorais (RAE) nesta terça-feira em Luque, no Paraguai| Foto: EFE/Nina Osório
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A falta de transparência nas eleições de 28 de julho na Venezuela e a ausência de provas que respaldem o resultado oficial que apontou a vitória do ditador Nicolás Maduro mostram que o sistema democrático do país entrou em colapso, advertiu nesta terça-feira (20) Francisco Guerrero, secretário para o Fortalecimento da Democracia da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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“Em que processo eleitoral no mundo você pode esperar três semanas para conhecer as evidências que garantem um resultado? Em nenhum outro lugar do mundo. O que isso ratifica é que o sistema democrático na Venezuela entrou em colapso”, declarou à Agência EFE Guerrero, que participa da 17ª Reunião Interamericana de Autoridades Eleitorais (RAE) na cidade de Luque, no Paraguai.

Para ele, os venezuelanos decidiram “na direção oposta” aos resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que oficializou a vitória de Maduro para um terceiro mandato, resultado questionado pela oposição e por grande parte da comunidade internacional.

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Guerrero também considerou que o CNE “foi caracterizado como estando nas mãos do regime de Nicolás Maduro”.

A Plataforma Unitária Democrática (PUD), maior coalizão opositora venezuelana, considerou os resultados anunciados pelo CNE fraudulentos e afirma que seu candidato, Edmundo González Urrutia, foi o verdadeiro vencedor das eleições.

Guerrero destacou que a “falta de independência” eleitoral na Venezuela, assim como a “falta de capacidade política” do governo de Maduro “para reconhecer o que o povo realmente disse nas urnas, é o que gerou essa crise”.

Neste contexto, o delegado da OEA enfatizou a importância de “autoridades eleitorais que sejam autônomas, que sejam independentes, que não respondam aos ditames dos poderosos ou de grupos de interesse”.

Na abertura da reunião, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse em um vídeo que a organização continuará a “lutar pelo retorno da democracia na Venezuela”.

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“O objetivo continua sendo um futuro democrático, sem perseguição política, com total respeito aos direitos fundamentais”, disse Almagro, que pediu às autoridades eleitorais que garantam que todas as vozes e votos sejam validados.