María Corina Machado foi escolhida como a candidata da oposição nas eleições presidenciais da Venezuela neste ano| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez
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A decisão do Supremo Tribunal da Venezuela de confirmar a inabilitação política da candidata presidencial opositora María Corina Machado por 15 anos gerou uma onda de repúdio de diversos países e organizações.

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A Organização dos Estados Americanos (OEA) chamou neste domingo (28) a Venezuela de “ditadura” em seu comunicado sobre o assunto e afirmou que o regime de Maduro não tem intenção de realizar eleições “limpas e transparentes”.

"Os claros objetivos de perseguição política expostos foram reafirmados com a ratificação da inelegibilidade da candidata vencedora das primárias e que vai à frente nas pesquisas, María Corina Machado. A liderança de María Corina Machado é insubstituível, como o é toda liderança que emerge das convicções e interesses do povo. Seria patético e repulsivo que alguém pretendesse assumir esse lugar, ignorando a indiscutível manifestação popular que ocorreu no país nas primárias”, diz o comunicado, acrescentando que “esta lógica ditatorial de perseguição política e violação dos direitos políticos dos cidadãos - absolutamente previsível e esperada dados os antecedentes do regime -, elimina mais uma vez para a Venezuela a possibilidade de eleições livres, justas e transparentes”.

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Além da OEA, países como Estados Unidos, Reino Unido, Argentina, Uruguai e Equador também manifestaram sua preocupação e condenaram a medida que viola os direitos políticos da líder opositora.

A Argentina disse por meio de um comunicado que “acompanha com preocupação a situação política na Venezuela e lamenta a decisão de inabilitar para o exercício de funções públicas a principal líder da oposição e vencedora das primárias, María Corina Machado” e que “reafirma seu compromisso na defesa da liberdade, da democracia e dos direitos humanos e espera a pronta realização de eleições presidenciais democráticas, transparentes, com participação plena de todos os candidatos políticos e com presença de observação eleitoral externa".

O Reino Unido também rejeitou a inabilitação de Machado. O ministro britânico para as Américas, David Rutley, declarou que “o povo venezolano merece uma eleição justa e competitiva”.

"A desqualificação de María Corina Machado de participar nas eleições presidenciais é um retrocesso para a democracia venezuelana. Pedimos respeito aos direitos humanos e a libertação de todos os detidos injustamente. O povo venezuelano merece uma eleição justa e competitiva”, escreveu Rutley em sua conta no X (antigo Twitter).

O Departamento de Estado dos Estados Unidos qualificou neste sábado (27) a decisão do tribunal venezuelano como “preocupante” e disse que estava avaliando restabelecer sanções contra o regime de Maduro em resposta.

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O Equador qualificou a inabilitação de Machado como “contrária ao espírito dos acordos de Barbados, encaminhados para facilitar a celebração de eleições democráticas e transparentes na Venezuela”.

O Ministério de Relações Exteriores do Uruguai também assegurou que “observa com grande preocupação estas inabilitações judiciais de opositores políticos para ocupar cargos eletivos ou públicos, já que atentam diretamente contra a celebração de eleições livres, democráticas e competitivas”.

María Corina Machado venceu as primárias da oposição no ano passado e lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais deste ano, ainda sem data marcada para ocorrer. A inabilitação política dela foi confirmada na sexta-feira (26).

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]