A possibilidade do início de um diálogo em Honduras parecia mais próxima nesta terça-feira, com o envio da missão da Organização dos Estados Americanos ao país nas próximas horas.
A OEA está confiante de que conseguirá colocar na mesma mesa de negociações o governo de facto e simpatizantes do presidente deposto Manuel Zelaya.
A missão chegará a Tegucigalpa na quarta-feira liderada pelo secretário-geral da entidade, Miguel Insulza, que tem a missão de tentar reconciliar as posições do presidente de facto, Roberto Micheletti, e de Zelaya.
John Biehl, assessor de Insulza, disse que a ideia é que o primeiro encontro entre as partes em disputa aconteça ainda na quarta-feira. A convocação formal para a instalação de uma mesa de negociações seria feita nas próximas horas pelo governo de facto.
"Estamos bastante otimistas. Foram feitos avanços muito significativos de ambas as partes... Haveria uma primeira sessão de diálogo formal ainda na quarta-feira", disse Biehl em entrevista à Reuters na noite de segunda-feira.
Apesar disso, na embaixada brasileira, onde Zelaya se abrigou, o presidente deposto afirmou à Reuters que está desconfiado da veracidade da intenção de diálogo de Micheletti.
O governo de facto revogou na segunda-feira um decreto que restringia as liberdades civis, o que aumentou as expectativas de um possível diálogo com Zelaya para pôr fim à pior crise política na América Central em décadas.
A OEA condena a deposição de Zelaya, retirado do poder à força por militares e enviado à Costa Rica em 28 de junho, sob acusações de violar a Constituição ao buscar abrir caminho para a reeleição presidencial.
Micheletti assumiu a Presidência de facto do país após o golpe.
Após várias tentativas de retomar o poder no exterior, Zelaya entrou clandestinamente em Honduras e se refugiou na embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde está há mais de duas semanas.
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