Após ter sido impedida de falar na sessão de quinta-feira (20) do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington (EUA), a deputada opositora venezuelana María Corina Machado pediu que se convoque nova sessão do órgão para "que se conheça a fundo a crise democrática na Venezuela".
A deputada, uma das principais vozes da oposição venezuelana, deveria falar quinta sobre a situação no país, mas a entidade decidiu retirar a sua apresentação da pauta. Ela está ameaçada de perder sua imunidade parlamentar, o que poderia levar à sua prisão.
O Panamá, que tem sido crítico ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, havia cedido sua cadeira para que ela fizesse seu relato.
Corina pediu ainda que o órgão emita uma resolução para pedir a libertação dos presos políticos e para que cesse a repressão no país.
Ela acrescentou que a OEA deve enviar ao país uma missão formada por democratas de "inquestionável trajetória", como o ex-presidente da Costa Rica e Prêmio Nobel da Paz Oscar Arias.
O pedido da missão venezuelana para que o ponto da agenda sobre a situação na Venezuela fosse retirado foi aprovado pelos embaixadores dos Estados-membros da OEA por 22 votos a favor, três contrários e nove abstenções.
"Vou acabar falando. Hoje, amanhã ou no dia em que for possível vou falar na sala de sessões da Organização dos Estados Americanos", disse Corina aos jornalistas logo após a votação.
Antes de sua fala ser cancelada, os embaixadores da entidade, atendendo a uma iniciativa da Guatemala, haviam aprovado, por 22 votos a favor, 11 contrários e uma abstenção, que a fala da deputada se daria a portas fechadas. O Brasil apoiou o fechamento da sessão.
O líder opositor Henrique Capriles disse que a OEA precisa ser reinventada, porque se transformou em um clube de interesse dos governos.
"A OEA, há pouco, se transformou num clube de interesses dos governos de turno. Não defende os povos", afirmou em sua conta no Twitter.
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