O presidente do Peru, Alejandro Toledo, disse que a Organização dos Estados Americanos (OEA) deve se pronunciar sobre a constante intervenção do presidente venezuelano, Hugo Chávez, nas eleições peruanas.
Chávez pediu no domingo a Deus, durante visita à Bolívia, que permita ao candidato nacionalista Ollanta Humala ser o próximo presidente do Peru e chamou o candidato rival, o ex-presidente Alan García, de "irresponsável, demagogo, ladrão, impostor" e candidato do "império americano".
Chávez disse também que o presidente peruano Alejandro Toledo, cujo mandato termina em julho, é um "traidor do índio" por promover um acordo comercial entre Peru e Estados Unidos.
- A OEA tem que se pronunciar. Não pode lavar as mãos - disse Toledo a jornalistas, depois de se reunir com o chefe da missão de observadores da OEA, Lloyd Axwhorty.
As relações entre Venezuela e Peru atravessam seu pior momento em anos, depois que, em abril, Chávez anunciou que romperia relações com Lima se o social-democrata García vencesse as eleições.
Em meio à crise diplomática, a Venezuela decidiu retirar no começo deste mês seu embaixador do Peru, país que anteriormente havia ordenado a saída de seu embaixador de Caracas.
Chávez é um ácido crítico dos Estados Unidos e acusa o governo norte-americano de querer derrubá-lo. Washington, por sua vez, tem dito que o governante venezuelano é uma ameaça à estabilidade política da região.