Sob intensa pressão internacional, o presidente do Haiti, René Préval, recebeu na sexta-feira (14) o relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA) que aponta vários casos de fraude e recomenda que o resultado do primeiro turno seja alterado. A notícia da entrega do documento aumentou a tensão nas ruas de Porto Príncipe.
A OEA concluiu que o terceiro colocado na apuração haitiana, Michel Martelly, na verdade superou em 0,3% o número de votos do número 2 na disputa, o candidato governista Jude Célestin. Assim Martelly deveria disputar o segundo turno com a primeira colocada, a ex-primeira-dama Mirlande Manigat. Célestin acabaria eliminado.
Cabe a Préval a decisão de acatar ou não as recomendações da organização interamericana. A imprensa haitiana noticiou ontem que o presidente ficou "contrariado" com as conclusões do relatório, mas não teria força política para contrariá-lo. Préval, que solicitou o estudo da OEA após o início dos distúrbios, em 28 de novembro, teria questionado o fato de cinco dos seis membros da comissão serem dos Estados Unidos e Canadá - o outro é da Jamaica.
O vazamento do relatório também teria irritado o presidente haitiano.
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