Oficiais de alta patente da Marinha chinesa criticaram os Estados Unidos por causa de um incidente naval do fim de semana, e um deles disse que "os norte-americanos são vilões fazendo acusações."

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No domingo, cinco barcos chineses quase se tocaram com um navio militar dos EUA na região da ilha de Hainan (extremo sul da China). O incidente contribui para um clima de tensão latente entre os dois gigantes.

Uma fonte norte-americana de inteligência disse que o confronto mostra a postura cada vez mais agressiva dos chineses no Mar do Sul da China. Pequim, no entanto, insiste que o erro foi do barco norte-americano, que faz levantamentos do leito marinho.

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Não há sinais, porém, de que o incidente irá afetar negociações políticas e econômicas mais amplas, num momento em que os dois governos se empenham para combater a crise financeira global.

Não foi a China que tornou o incidente público, e o país não deseja que ele assuma proporções negativas, disse Shen Dingli, especialista em questões de segurança China-EUA na Universidade Fudan, em Xangai.

"A questão militar não é grande, a econômica é", disse Shen. "Mas a China quis passar uma mensagem de 'me respeite' ... A Marinha chinesa ganhou um pouco mais de força e quis que os EUA soubessem que não terão mais rédeas soltas como julgavam ter antes."

Em declarações transmitidas pelo China News Service, um órgão oficial de notícias, oficiais da Marinha chinesa repetiram a posição do governo de que um navio dos EUA havia violado a soberania marítima do país asiático.

"Os norte-americanos são vilões fazendo acusações", disse Zhang Deshun, subchefe do Estado-Maior da Marinha.

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"Os EUA distorceram os fatos. A navio de pesquisas dos EUA estava operando na zona econômica exclusiva da China, na sua plataforma continental. Nossos barcos estavam simplesmente com suas atividades normais ... Isso por si já feria a soberania chinesa."

A maioria dos jornais e sites chineses não noticiou o caso, sugerindo que o governo não deseja repercussões.

O chanceler Yang Jiechi está em visita a Washington para preparar uma reunião entre os presidentes Hu Jintao e Barack Obama durante a cúpula do G20 no mês que vem.