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Repatriação de restos mortais de tropas americanas é um dos compromissos firmados por Kim Jong-un na cúpula com Trump em maio | SAUL LOEBAFP
Repatriação de restos mortais de tropas americanas é um dos compromissos firmados por Kim Jong-un na cúpula com Trump em maio| Foto: SAUL LOEBAFP

Autoridades norte-coreanas não compareceram a uma reunião marcada para esta quinta-feira (12) com militares norte-americanos, segundo informou um funcionário dos Estados Unidos com conhecimento da situação.

Esperava-se que os dois lados se reunissem na zona desmilitarizada (DMZ) da Península Coreana para discutir a repatriação dos restos mortais de tropas americanas que lutaram na guerra da Coreia (1950-1953) - um acordo que o Departamento de Estado havia anunciado após a visita do secretário Mike Pompeo a Pyongyang no sábado (7).

Oficiais do Departamento de Estado disseram que a reunião provavelmente ocorreria em 12 de julho, embora acrescentassem que a data poderia mudar. 

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Na quinta-feira, no entanto, funcionários do Departamento de Defesa e do Comando das Nações Unidas foram deixados à espera na Área de Segurança Conjunta da DMZ. As Autoridades norte-coreanas nunca chegaram, segundo o funcionário que pediu anonimato, já que não lhe foi permitido falar publicamente sobre o evento.  

"Nós estávamos prontos", contou. "Isso simplesmente não aconteceu. Eles não apareceram". 

Não ficou imediatamente claro por que as autoridades norte-coreanas não compareceram à reunião ou se alguma vez confirmaram sua intenção de ir ao encontro. O Departamento de Estado não comentou o fato.

Antes da cúpula em Cingapura, oficiais norte-coreanos às vezes não compareciam às reuniões com os americanos, causando tensão entre os negociadores dos dois países.

Repatriação é parte do acordo firmado entre Trump e Kim

A repatriação dos restos mortais de soldados norte-americanos da Coreia do Norte tem sido uma questão importante entre Washington e Pyongyang desde o fim da Guerra da Coreia, quando milhares de americanos foram deixados lá porque desapareceram em ação ou porque eram prisioneiros de guerra. 

Centenas de restos mortais foram repatriados desde 1990, mas o processo esteve cercado por desconfiança e desde 2005 não ocorre nenhuma transferência. 

O presidente Trump e o ditador norte-coreano Kim Jong-un se comprometeram a recuperar mais restos de soldados americanos quando se encontraram em Cingapura em 12 de junho. Uma declaração assinada por ambos os líderes prometia a "repatriação imediata dos que já foram identificados". 

Trump disse a uma multidão de apoiadores, uma semana depois, que os restos mortais de 200 americanos "foram devolvidos". Autoridades militares mais tarde negaram isso, mas disseram a repórteres que esperavam que os restos mortais chegassem em poucos dias e que haviam feito pré-arranjos para sua chegada, como o armazenamento de caixões perto da DMZ.

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Roh Kyu-deok, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Sul, disse que o governo sul-coreano está "constantemente em contato com a contraparte dos EUA" sobre o progresso das conversações sobre a guerra, mas se recusou a comentar qualquer detalhe, dizendo que todas as investigações sobre a questão devem ser direcionadas para as autoridades dos EUA. 

Segundo estimativas do Pentágono, 7.700 soldados dos EUA que lutaram na Guerra da Coreia ainda estão desaparecidos. Acredita-se que 5.300 deles tenham sido mortos ao norte do paralelo 38, que marca a fronteira entre as duas Coreias.

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