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A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), que é pontifícia (ligada ao Vaticano), produziu um relatório sobre a perseguição aos cristãos entre 2020 e 2022. A organização denuncia que, em mais de 100 países, sacerdotes ou líderes consagrados foram assassinados, sequestrados e presos em 2022. No ano, 12 sacerdotes foram mortos, quatro deles na Nigéria, três no México e dois na República Democrática do Congo. Desde 2021, foram mais de oito mil pessoas vitimadas por sua fé.
Cinco mulheres religiosas também perderam suas vidas, duas no Sudão do Sul, e as outras três no Haiti, Moçambique e R. D. do Congo. Há também casos de perseguição a quatro padres católicos greco-ucranianos capturados no território ocupado pela Rússia. Dois foram "deportados" para a Ucrânia, os outros dois permaneceram sob custódia. Para a ACS, há risco de tortura.
O maior bolsão de discriminação e perseguição a cristãos no mundo envolve a grande região da África com o Sahel, Chade, Níger, Mali, Burkina Faso e Nigéria, segundo o diretor da ACN Itália Alessandro Monteduro, que falou ao site Vatican News. Também há casos na Eritreia e Etiópia. Segundo ele, o problema também é saliente no Sul da Ásia, em especial Índia, Paquistão e Mianmar; além do leste asiático, em especial Coreia do Norte e China.
Para a fundação, a opressão aumentou não apenas contra os cristãos, mas contra todas as minorais religiosas nessas regiões. Cerca de 400 milhões de cristãos estariam em em áreas de risco. O pior lugar para cristãos é a Nigéria, em que há organizações de terrorismo jihadista que os têm como alvo. As mais famosas são Estado Islâmico e Boko Haram. Há também um interesse econômico em tomar as terras dos cristãos, que também são considerados representantes da cultura ocidental, que os jihadistas veem como um mal a ser eliminado.
Outro país que tem preocupado a fundação é a Nicarágua. O ditador Daniel Ortega tem perseguido padres e freiras por se oporem ao regime. O menos 11 clérigos foram presos ou detidos, diz a organização, inclusive o bispo de Matagalpa. Dom Rolando Alvarez, hoje em prisão domiciliar, responderá no próximo dia 10 de janeiro por "ameaça à integridade nacional".
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre existe desde 1947, quando foi fundada na Alemanha pós-Holocausto, e hoje tem sede em 21 países.