Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Intolerância

Oito mil pessoas foram mortas por serem cristãs nos últimos dois anos, alerta fundação

Bispo Oliver Dashe Doeme
Bispo Oliver Dashe Doeme, de Maiduguri, Nigéria, atua em área constantemente atacada pelo grupo terrorista Boko Haram. (Em visita a Madrid, 2015.) (Foto: EFE / Chema Moya)

Ouça este conteúdo

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), que é pontifícia (ligada ao Vaticano), produziu um relatório sobre a perseguição aos cristãos entre 2020 e 2022. A organização denuncia que, em mais de 100 países, sacerdotes ou líderes consagrados foram assassinados, sequestrados e presos em 2022. No ano, 12 sacerdotes foram mortos, quatro deles na Nigéria, três no México e dois na República Democrática do Congo. Desde 2021, foram mais de oito mil pessoas vitimadas por sua fé.

Cinco mulheres religiosas também perderam suas vidas, duas no Sudão do Sul, e as outras três no Haiti, Moçambique e R. D. do Congo. Há também casos de perseguição a quatro padres católicos greco-ucranianos capturados no território ocupado pela Rússia. Dois foram "deportados" para a Ucrânia, os outros dois permaneceram sob custódia. Para a ACS, há risco de tortura.

O maior bolsão de discriminação e perseguição a cristãos no mundo envolve a grande região da África com o Sahel, Chade, Níger, Mali, Burkina Faso e Nigéria, segundo o diretor da ACN Itália Alessandro Monteduro, que falou ao site Vatican News. Também há casos na Eritreia e Etiópia. Segundo ele, o problema também é saliente no Sul da Ásia, em especial Índia, Paquistão e Mianmar; além do leste asiático, em especial Coreia do Norte e China.

Para a fundação, a opressão aumentou não apenas contra os cristãos, mas contra todas as minorais religiosas nessas regiões. Cerca de 400 milhões de cristãos estariam em em áreas de risco. O pior lugar para cristãos é a Nigéria, em que há organizações de terrorismo jihadista que os têm como alvo. As mais famosas são Estado Islâmico e Boko Haram. Há também um interesse econômico em tomar as terras dos cristãos, que também são considerados representantes da cultura ocidental, que os jihadistas veem como um mal a ser eliminado.

Outro país que tem preocupado a fundação é a Nicarágua. O ditador Daniel Ortega tem perseguido padres e freiras por se oporem ao regime. O menos 11 clérigos foram presos ou detidos, diz a organização, inclusive o bispo de Matagalpa. Dom Rolando Alvarez, hoje em prisão domiciliar, responderá no próximo dia 10 de janeiro por "ameaça à integridade nacional".

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre existe desde 1947, quando foi fundada na Alemanha pós-Holocausto, e hoje tem sede em 21 países.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.