O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, demitiu nesta segunda-feira (23) o principal negociador de uma trégua na Faixa de Gaza por causa de críticas à forma como o chefe de governo conduz as negociações.
A demissão de Amos Gilad foi anunciada pela assessoria de imprensa de Olmert e ocorre em um momento crítico. Apesar disso, assessores de Olmert negam que a demissão de Gilad prejudicará os esforços.
O governo israelense havia condicionado o cessar-fogo com o grupo islâmico Hamas à libertação do sargento Gilad Schalit, capturado em junho de 2006 na fronteira com Gaza.
Olmert tinha aparentemente a intenção de obter a libertação de Schalit nas próximas semanas, antes de deixar o cargo de primeiro-ministro e ser substituído por Benjamin Netanyahu, incumbido de formar o próximo governo do país.
Amos Gilad, um experiente oficial do Ministério da Defesa de Israel, declarou-se contrário à decisão de impor a libertação de Schalit como condição para a trégua com o Hamas.
Gilad revelou sua opinião numa entrevista concedida na semana passada ao jornal israelense Maariv. Segundo fontes no governo, Gilad teria recusado um pedido do primeiro-ministro para que se retratasse, o que culminou em sua demissão.
"Devido às inadequadas críticas públicas feitas pelo senhor Gilad, ele não pode continuar como enviado de nenhuma negociação política", diz nota divulgada pela assessoria de imprensa de Olmert.
Gilad será substituído por Shalom Turgeman, que há anos atua como assessor de Olmert, e por Yuval Diskin, diretor do Shin Bet, principal serviço de segurança interna de Israel.
Até o momento, nem Gilad nem o governo egípcio, que intermedeia a negociação de trégua, manifestaram-se sobre a demissão.
Enquanto isso, funcionários israelenses e palestinos disseram nesta segunda que a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, irá a Israel e à Cisjordânia na próxima semana no âmbito de sua primeira visita ao Oriente Médio na condição de chanceler americana.
Fontes israelenses disseram que Hillary desembarcará em Tel-Aviv em 2 de março para uma visita de dois dias e se reunirá com os principais integrantes do governo do país.
Ao mesmo tempo, um assessor do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, disse que Hillary também visitará a Cisjordânia durante sua estada.
As fontes conversaram com a Associated Press sob a condição de anonimato.
O Departamento de Estado dos EUA ainda não anunciou formalmente a visita. A Embaixada dos Estados Unidos em Tel-Aviv não comentou as informações. As informações são da Associated Press.