Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA| Foto: Divulgação/Polícia de Plam Beach

Ofensiva

Confira quais foram os principais episódios da Guerra no Líbano:

12 de julho – O conflito começou quando oito soldados israelenses foram mortos e dois capturados pelo grupo xiita do Líbano, o Hezbollah.

13 de julho – O exército de Israel bombardeia o Aeroporto Internacional de Beirute e vários outros pontos estratégicos do Líbano. Quase 50 civis libaneses morreram nas ações. O Hezbollah responde aos ataques, lançando dezenas de foguetes contra a região norte de Israel.

14 de julho – Os bombardeios mútuos continuam e, pela primeira vez, uma base do Hezbollah é atingida. Ehud Olmert, premier israelense, propõe um cessar-fogo, sob três condições: o cumprimento da resolução da ONU sobre o desarmamento do Hezbollah, a libertação dos dois militares seqüestrados e o fim dos disparos de foguetes.

16 de julho – Oito israelenses morrem num ataque contra a cidade de Haifa. No Líbano, 60 civis são mortos em ataques israelenses.

22 de julho – Primeiro conflito terrestre entre o Hezbollah e soldados israelenses.

30 de julho – Israel bombardeia o vilarejo libanês de Qana. Ao menos 56 pessoas morreram, entre elas 37 crianças.

1 .º de agosto – O Gabinete de Segurança de Israel aprova ampliação da ofensiva terrestre e convoca 15 mil reservistas.

2 de agosto – Maior ataque do Hezbollah desde o início do conflito. Mais de 200 foguetes são lançados contra o norte de Israel. Um civil morreu e 100 ficaram feridos.

11 de agosto – Conselho de Segurança da ONU aprova resolução que pede o fim dos conflitos.

12 de agosto – Israel lança uma grande ofensiva contra o Hezbollah, apesar do pedido da ONU. O grupo libânes diz que aprova a resolução de cessar-fogo, mas também mantém os ataques.

13 de agosto – Israel confirma que cessar-fogo começa na segunda-feira (14).

14 de agosto – Entra em vigor o cessar-fogo. O Hezbollah distribui panfletos em Beirute felicitando os libaneses pela "grande vitória". Tropas israelenses se deslocam para o sul do Líbano. Apenas no dia 2 de outubro Israel retira seu último soldado do território libanês.

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Jerusalém – O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, compareceu ontem diante da comissão encarregada de investigar os erros da guerra contra o Hezbollah xiita no Líbano em meados do ano passado, envolvido em uma série de escândalos que têm deixado seu governo numa verdadeira corda bamba.

"A audiência durou seis horas e foram tratadas questões de ordem política e militar vinculadas à guerra do Líbano de 2006, os serviços de informação e avaliações da situação (de Israel) antes de começarem os combates (em 12 de julho) e a forma com que foram tomadas as decisões até o cessar-fogo de 14 de agosto", indicou um comunicado da comissão. Também foi examinado em detalhe a questão dos dois militares capturados pelo Hezbollah, captura esta que, em 12 de julho, foi fator detonador da guerra.

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Olmert foi interrogado sobre a decisão de Israel de lançar uma grande ofensiva terrestre contra o Líbano dois dias antes do fim da guerra, quando estava claro que o combate terminaria em virtude da pressão do Conselho de Segurança da ONU. A escolha do ex-líder sindicalista Amir Peretz como ministro da Defesa, sem experiência militar, também estaria sujeita a interrogações.

O primeiro-ministro, cujos índices de aprovação caíram para níveis sem precedentes, é o último de cerca de 70 líderes políticos e militares a prestar esclarecimentos à comissão desde a criação dela em 17 de setembro.

A comissão, cuja sessão de ontem foi realizada a portas fechadas, apresentará suas conclusões preliminares nas próximas semanas, provavelmente em março.

Em várias ocasiões, Olmert tentou minimizar os fracassos da guerra, apesar de admitir que "houve problemas". "Afirmar que tudo foi perfeito não é algo sério", reconheceu ao fim do conflito. A comissão nasceu em meio às fortes críticas da opinião pública sobre a liderança do país na guerra de 33 dias contra a milícia xiita libanesa Hezbollah, motivadas pelo fracasso em seu objetivo de liberar os dois soldados israelenses capturados e pôr fim aos disparos de foguetes do sul do Líbano.

Muitos observadores afirmam que o futuro político de Olmert depende das conclusões da comissão e que ele, se for culpado diretamente por qualquer fracasso, se verá forçado a renunciar. Cerca de 77% dos consultados na última pesquisa de opinião disseram que a comissão deve recomendar as renúncias de Olmert e Peretz.

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No mês passado, o chefe do Estado-Maior do Exército, Dan Halutz, abriu um precedente ao renunciar ao cargo depois de investigação interna do Exército, que o responsabilizou por erros.

A guerra de Israel contra o Hezbollah deixou um saldo de 160 israelenses mortos, em sua maioria soldados, e mais de 1.200 libaneses mortos, em sua maioria civis.