São Paulo O premier israelense, Ehud Olmert, afirmou que a ofensiva militar na Faixa de Gaza seguirá por tempo indeterminado. "É uma guerra em que é impossível definir um prazo, declarou. Ontem, mais um civil palestino foi morto no prosseguimento das operações na região.
Olmert está sob pressão da maioria da comunidade internacional, que acusa o Exército de Israel de uso exagerado da força nas operações que já duram quase duas semanas nos territórios palestinos.
Na cidade de Rafah (sul da Faixa de Gaza), um caixa de supermercado de 18 anos foi morto e sete outros palestinos ficaram feridos depois que um míssil das forças de Israel, direcionado a um carro que levava militantes, errou o alvo. Na Cidade de Gaza, uma criança de oito anos e mais quatro pessoas ficaram feridas após um ataque aéreo israelense. Militantes palestinos dispararam três foguetes contra a cidade israelense de Sderot. Uma casa foi atingida, mas não houve feridos.
Ontem, durante um bombardeio de Israel, uma mulher de 46 anos e seus dois filhos morreram na periferia da Cidade de Gaza. Até agora, 51 palestinos, a maioria integrante de organizações terroristas, foram mortos desde o início da ofensiva israelense, desencadeada após o seqüestro do soldado Gilad Shalit, de 19 anos, no dia 25 de junho, em ação reivindicada por três grupos entre eles, o braço armado do Hamas.
Cessar-fogo
O premier palestino, Ismail Haniyeh, que faz parte da ala política da organização terrorista, fez ontem uma oferta de cessar-fogo, que foi rejeitada prontamente por Israel.
Olmert declarou ontem que Israel "não pode sentar e não responder aos disparos de Qassam, referindo-se aos foguetes lançados por militantes palestinos. Na semana passada, pela primeira vez uma cidade de porte considerável Ashkelon, de 115 mil habitantes foi atingida por um foguete, mas sem deixar feridos.
O negociador palestino, Saeb Erekat, pediu ajuda de organizações internacionais para evitar uma catástrofe em Gaza. Boa parte da infra-estrutura da região foi destruída durante os bombardeios.
O premier de Israel também afirmou que não vai ceder à demanda dos grupos que mantêm o soldado refém, de libertar cerca de mil prisioneiros palestinos. Segundo ele, atender a essa exigência seria privilegiar negociações com extremistas. "Antes do seqüestro nós iríamos libertar prisioneiros. Mas a intenção é fazer isso em conversações com elementos moderados (da liderança palestina), declarou o premier.
A União Européia (UE) disse ontem temer pela piora da situação na Faixa de Gaza, e pediu a Israel que reabra as passagens fronteiriças de Rafah e Karni para permitir a chegada de assistência humanitária à região. O ministro de Assuntos Exteriores finlandês, Erkki Tuomioja, cujo país ocupa neste semestre a presidência rotativa da UE, transmitiu sua preocupação à ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, segundo nota divulgada ontem pela Presidência da UE.
A UE também pediu que se permita o retorno à Gaza dos palestinos que estão no Egito, impedidos de retornar devido ao fechamento da passagem de Rafah, a única fronteira de Gaza com o exterior.
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