Jerusálem Acusado de estupro e de outros abusos sexuais, o presidente israelense, Moshe Katsav, voltou a negar os crimes e anunciou que irá se afastar temporariamente de seu cargo, mas que só renunciará se for indiciado.
Poucos minutos depois das declarações de Katsav, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, pediu sua renúncia. "Nessas circunstâncias, não há dúvidas em minha cabeça de que o presidente não pode continuar na sua posição", disse o premiê.
Em um discurso bastante inflamado, Katsav negou todas as acusações, dizendo que elas não passam de "mentiras venenosas e horríveis" armadas pela polícia e pela imprensa para derrubá-lo. "Estou sendo vítima do pior ataque de difamação já visto em Israel. Mas irei lutar até o fim das minhas forças para limpar meu nome", disse um irritado Katsav durante uma entrevista coletiva que foi exibida em rede nacional.
O escândalo envolvendo o presidente teve início há seis meses, quando as acusações vieram à tona. Na terça-feira, o procurador-geral do país, Meni Mazuz, anunciou sua decisão de indiciar Katsav por estupro, intimidação sexual, obstrução da justiça e fraude.
O procedimento legal, entretanto, só poderá começar quando Katsav deixar o cargo. Apesar de sua licença ter validade de até três meses, isso pode ocorrer antes já que ele prometeu renunciar se Mazuz indiciá-lo formalmente.
Ainda ontem, 30 dos 120 parlamentares 10 a mais que o necessário assinaram uma petição para dar início ao processo de impeachment do presidente. Um comitê parlamentar se reunirá hoje para discutir o assunto.
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