Tel Aviv O primeiro-ministro israelense Ehud Olmert conseguiu por enquanto conter a revolta dentro de seu partido, mas enfrenta agora a pressão das ruas, com uma grande manifestação organizada na noite de ontem em Tel Aviv para pedir sua renúncia. Cerca de 150 mil manifestantes, segundo a polícia, e 200 mil, segundo os organizadores, se reuniram para pedir a demissão do premier e a do ministro da Defesa, Amir Peretz, depois da publicação do relatório de uma comissão de investigação sobre as falhas cometidas na gestão da guerra no Líbano, em julho e agosto do ano passado.
"Vocês fracassaram, voltem para casa", podia-se ler numa imensa faixa erguida pelos manifestantes. Religiosos, colonos, leigos dos movimentos da juventude de esquerda, familiares de vítimas da guerra e representantes de associações de soldados reservistas exigiram, aos gritos, as demissões de Olmert e de seu ministro da Defesa. "Esta manifestação é uma oportunidade para o povo de mostrar o cartão vermelho a Ehud Olmert e Amir Peretz, que devem renunciar imediatamente", explicou Uzi Dayan, um dos organizadores do protesto.
"Há momentos na história em que o povo deve dizer: basta", acrescentou este general, ex-chefe de estado-maior adjunto. Apesar da extrema severidade do relatório publicado na segunda-feira e das subseqüentes pressões, ambos se recusaram a renunciar.
Na noite de quarta-feira, Olmert conseguiu conter a revolta dentro de seu partido, o Kadima. A ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, que havia pedido publicamente a demissão do premier, ficou isolada. Somente dois dos 29 deputados do Kadima apoiaram Livni.
Segundo a maior parte dos analistas, a segunda batalha do primeiro-ministro acontece agora nas ruas. De acordo com pesquisas de opinião, mais de dois terços dos israelenses pensam que Ehud Olmert e Amir Peretz deveriam renunciar.