A Organização Mundial de Saúde (OMS) está observando atentamente a disseminação do vírus H1N1 fora da América do Norte à medida que busca decidir se declara a existência de uma pandemia, disse nesta segunda-feira (4) o diretor-geral assistente da OMS, Keiji Fukuda.

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Fukuda afirmou que a maioria das pessoas infectadas na Europa e na Ásia até o momento esteve no México, o epicentro da epidemia, e não pegou o vírus da comunidade em geral.

Ainda não está claro quando a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) elevará o alerta pandêmico - nem mesmo se vai de fato elevá-lo - para o máximo da escala de seis pontos e ativar os planos de emergência para combater o vírus conhecido popularmente como o da "gripe suína".

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"Continuamos a ver uma série de infecções relacionadas a viagens em uma série de países diferentes", disse Fukuda a jornalistas em Genebra, onde a OMS é sediada.

"Não temos certeza sobre quando iremos para a fase 6." Ele ressaltou que a classificação de pandemia não significaria que a OMS espera muitas mortes ou doenças graves por causa do vírus.

A principal preocupação, afirmou ele, é a possibilidade de a doença se estabelecer em países ao redor do mundo e emergir sob uma forma mais perigosa com o tempo.

A disseminação para países no Hemisfério Sul - como a Nova Zelândia, que estão entrando no inverno, quando a gripe tende a ser mais aguda - é uma preocupação especial, de acordo com Fukuda.

Ele enfatizou que, embora as autoridades mexicanas tenham dito que o surto de gripe local já tenha atingido o seu ápice, o mundo não deveria baixar guarda e parar de monitorar a nova doença.

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"Não é que a vigilância deve ser intensa apenas no Hemisfério Sul. Ela deve ser intensa em todo lugar. Agora nós realmente não sabemos como isso ocorrerá", disse Fukuda.

Nível elevado

A OMS confirmou 1.085 infecções, incluindo 26 mortes, em 20 países. Muitas pessoas apresentaram apenas sintomas leves da gripe e se recuperaram totalmente sem medicamentos.

Mais cedo nesta segunda-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a diretora da OMS, Margaret Chan, havia lhe dito "que, se a situação permanecer como está, a OMS não planeja elevar o nível de alerta para 6 neste momento".

Na semana passada, a OMS elevou o nível de alerta pandêmico de 3 para 4 e depois de 4 para 5 por causa da transmissão do vírus no México e entre comunidades nos EUA e no Canadá. A fase 5 indica pandemia "iminente".

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Questionado sobre a notícia de transmissão do H1N1 de um trabalhador rural para uma criação de porcos no oeste do Canadá, Fukuda advertiu contra se colocar muita ênfase no surto animal. Ele disse que a disseminação entre humanos do vírus permanece como a preocupação maior.

"O influenza é um vírus que com frequência infecta porcos", disse ele. "Não tenho conhecimento sobre outros surtos ocorrendo em porcos atualmente."