A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta sexta-feira que o surto de ebola no oeste da África é uma emergência pública de saúde de alcance internacional e recomendou medidas excepcionais para deter sua transmissão.

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Os países onde foram registrados casos da doença terão que, entre outras medidas, efetuar exames nas pessoas com sintomas associados aos do ebola na saída de aeroportos, portos marítimos e nos cruzamentos fronteiriços.

"Não deve se permitir a viagem de nenhuma pessoa com um mal-estar que possa ser o ebola, a menos que a viagem seja parte de uma transferência médica", indica a recomendação emitida pela OMS para seus 194 países-membros.

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Os países onde se determinou que há uma transmissão ativa do vírus do ebola são Guiné, Libéria e Serra Leoa, enquanto que se avalia com atenção a evolução na Nigéria.

A recomendação da OMS, que consta de uma análise detalhada da situação atual do surto, assim como de várias recomendações dirigidas aos governos dos países afetados e ao resto do mundo, foi adotada por unanimidade por seu Comitê de Emergência, que se reuniu durante os dois últimos dias em Genebra.

A conclusão de suas deliberações foi aceita e referendada pela diretora geral da organização, Margaret Chan, que disse que esta decisão representa "um reconhecimento da gravidade e da natureza incomum deste surto".

"Estamos perante o surto mais severo e complexo em quatro décadas de história desta doença", declarou em um pronunciamento à imprensa.

Seu adjunto e que ficará a cargo do acompanhamento diário da evolução da doença, Keiji Fukuda, afirmou que é desnecessário proibir as viagens e o comércio com os países afetados.

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"A OMS não recomenda a proibição de viagens e comércio, a menos que se trate, de maneira específica, de pessoas infectadas ou que estiveram em contato (com um doente) e que não devem viajar", disse o especialista.

Por outro lado, a OMS considera que os países em questão devem adiar eventos e reuniões públicas até que se confirme que a cadeia emissora de contágio desta doença foi quebrada.

Fukuda esclareceu que isto não contradiz o fato de que a OMS não considere necessário proibir as viagens, pois é a aglomeração de centenas ou milhares de pessoas a que cria uma situação na qual "pode haver uma potencial transmissão" do ebola.

Nesta linha, a OMS se mostrou em desacordo com a decisão de certas companhias áreas de cancelar seus voos para os países onde se concentram os casos de ebola, por considerar que as tripulações e passageiros enfrentam um risco muito baixo se forem aplicadas adequadamente as medidas de prevenção.

Por isso, Chan indicou que está em contato com as companhias áreas para que estas "entendam a maneira de continuar seus serviços de maneira apropriada. Se for aplicado o pacote completo (de medidas preventivas) o risco é mínimo".

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Como parte das recomendações, a OMS também pede aos três países que declarem uma emergência nacional e que se assegurem de que as áreas onde há uma transmissão intensa do vírus estão abastecidas de todo o necessário para que a população não tenha que ir para outro lugar.

"Em regiões de intensa transmissão, como as zonas fronteiriças de Serra Leoa, Guiné e Libéria, o atendimento clínica de qualidade e um apoio psicossocial para as povoações afetadas são essenciais para reduzir o movimento das pessoas", na opinião dos especialistas.

Estes consideram que, como uma medida suplementar excepcional, também pode ser aplicada a quarentena.

Após o anúncio das recomendações, Chan insistiu que a contenção do ebola dependerá em grande medida da "solidariedade internacional", ou seja, que os países com recursos e capacidade forneçam a ajuda necessária àqueles que são afetados.

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