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Saúde

OMS eleva nível de alerta para pandemia de gripe suína

Veja que o mundo está em alerta com a gripe suína |
Veja que o mundo está em alerta com a gripe suína (Foto: )
Uma criança é ajudada a colocar máscara de proteção antes de cruzar a fronteira do México para os Estados Unidos |

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Uma criança é ajudada a colocar máscara de proteção antes de cruzar a fronteira do México para os Estados Unidos

Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu elevar ontem do grau 3 para o 4 o nível de alerta – que vai de 1 a 6 – para o risco de uma pandemia de gripe suína. O nível 4 indica a transmissão do vírus de pessoa para pessoa, numa intensidade capaz de causar epidemia em pelo menos um país e aponta para um significativo aumento do risco de um surto global (quando há uma pandemia).

A OMS também adverte que uma vacina deve chegar ao mercado somente no fim do ano e orienta governos em todo o mundo a se preparar para lidar com a crise. "A pandemia ainda não é inevitável. Mas temos uma situação próxima disso", afirmou Keiji Fukuda, vice-diretor da OMS. Mas, pressionada politicamente, a entidade evitou recomendar o fechamento de fronteiras no México ou nos EUA, ou sugerir a turistas que evitem as regiões.

No México, origem da contaminação, suspeita-se que a gripe suína já tenha causado 149 mortes – 20 dos casos já foram confirmados – e contaminado mais de 1.600 pessoas. O dado mais alarmante, porém, diz respeito à rápida proliferação da doença. Os EUA relatavam ontem 44 casos confirmados e o Canadá, seis. Portadores do vírus causador da doença – o H1N1 – foram isolados também na Espanha, Grã-Bretanha, Suécia, Alemanha, França, Noruega, Suíça, Dinamarca, Bélgica, Israel e Nova Zelândia.

Governos, empresas e a OMS montam um esquema de guerra para lidar com a ameaça de uma pandemia. Autoridades de países europeus vêm mantendo estoques de antivirais em depósitos militares. Diplomacias de todo o mundo negociam um esquema para garantir que amostras do vírus e eventuais vacinas sejam distribuídas a todos.

"Estamos em atividade 24 horas por dia e não sabemos até quando isso vai durar", afirmou o chefe da sala de comando aberta pela OMS, Mike Ryan.

O local é usado para teleconferências entre especialistas e autoridades de todo o planeta. Da sala de comando, a OMS pode entrar em contato com todos os governos no mundo. Na avaliação de Ryan, nenhuma região está fora do alcance do vírus.

Países emergentes querem garantias de que as amostras dos vírus sejam compartilhadas com todos os governos. Essas nações se queixam de que a OMS exige que amostras de vírus, em qualquer parte do mundo, sejam entregues gratuitamente à entidade. A produção de vacinas nos países ricos é feita a partir dessas amostras e, então, as vacinas são vendidas aos países emergentes.

Os três primeiros casos de contaminação em países europeus são de turistas que viajaram recentemente para o México. Dois foram detectados na Escócia e um na Espanha.

O primeiro desses casos foi diagnosticado em Almansa, a 112 quilômetros de Valência, no leste da Espanha. O jovem de 23 anos, cuja identidade não foi revelada, havia retornado do México dia 22. No fim de semana, ele foi internado por apresentar dificuldades respiratórias e febre alta. O paciente não está em estado grave.

A confirmação de que o vírus H1N1 atravessou o Oceano Atlântico mobilizou a União Europeia. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, revelou que uma reunião extraordinária de ministros da Saúde dos 27 países será convocada nesta semana. Barroso, porém, tentou evitar o alarmismo: "A situação de urgência em saúde é, até aqui, limitada ao continente americano"

País mais afetado pelo surto de SARS (síndrome respiratória aguda grave), que provocou a morte de 774 pessoas e contaminou 8.026 em 29 países em 2003, a China suspendeu ontem a importação de carne de porco do México e de alguns estados americanos (mais informações no caderno de Economia).

Como se não bastassem os danos que a crise sanitária têm causado à economia mexicana, um terremoto de 5,6 graus na escala Richter abalou o sul do país. Uma mulher de 67 anos morreu de enfarte por causa do tremor – que derrubou ainda mais o mercado de ações e a cotação do peso mexicano.

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