O comando da Organização Mundial de Saúde (OMS) defendeu que a transição para o fim da quarentena em meio à pandemia de coronavírus exige um método que inclui testes na população para se descobrir e controlar a disseminação do vírus, isolando os doentes. Durante entrevista coletiva nesta segunda-feira, a entidade foi questionada sobre a melhor solução para, após o pico da pandemia, os governos organizarem a volta ao normal das atividades.
Diretor executivo da OMS, Mike Ryan afirmou que o fim da quarentena pode ter de ser feito em etapas. A cada uma delas, as autoridades terão de continuar a testar a população para ver como a doença se dissemina e, a depender desse ritmo, avançar ou não no relaxamento das quarentenas, comentou. Além disso, Ryan enfatizou a importância de haver leitos livres nesse momento para receber os novos casos que fatalmente surgirão. "É preciso avaliar as pessoas testadas e projetar cenários" para a saída da quarentena.
A OMS disse também que alguns modelos epidemiológicos apontam que existem muitas contaminações por coronavírus ainda não detectadas, por isso a importância de se testar a população para conseguir um retrato mais preciso do problema. No quadro atual, a entidade lembrou que é um "risco" se realizar reuniões públicas de pessoas, por isso a OMS está em contato com lideranças religiosas para desaconselhar essas práticas, no momento.
Ryan mencionou ainda o fato de que muitos países no mundo não estão em "lockdown", mesmo em áreas com risco de disseminação maior da doença. A OMS diz que incentiva a restrição da mobilidade nesses casos, embora também tenha lembrado que nos países mais pobres há mais dificuldades para se levar adiante tal estratégia. De qualquer modo, a OMS afirmou, sem entrar em detalhes, que é preciso nesses casos ver como conduzir essas restrições.
Uso de máscaras
O Diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom afirmou nesta segunda-feira que a pandemia de coronavírus "continua a provocar um grande impacto sobre famílias, comunidades e nações pelo mundo". Durante entrevista coletiva, a autoridade ressaltou a importância da união no combate ao problema e da solidariedade.
Tedros Adhanom voltou a tocar na questão do uso de máscaras, que tem dividido alguns especialistas. Ele disse que a diretriz da OMS é que a prioridade para o uso das máscaras médicas é para o pessoal da saúde, bem como para os doentes e seus cuidadores. De acordo com o diretor-geral da OMS, o uso de máscaras especializadas pela população geral pode levar à falta desses insumos para profissionais da saúde.
No caso dos países que têm máscaras suficientes, porém, pode haver o uso na população em geral, comentou, acrescentando que a OMS estava divulgando diretrizes atualizadas sobre o tema, para ajudar a embasar as decisões dos governos. Adhanom defendeu, de qualquer modo, que os países façam testes sobre a eficiência desse uso e lembrou que a máscara não substitui a importância de outras medidas - como o distanciamento social e o reforço na higiene, sobretudo na lavagem das mãos.
A teleconferência virtual contou ainda com a participação de Lady Gaga. A artista enfatizou a importância da união no combate ao problema e comentou que tem apoiado o fundo da OMS contra a covid-19.