Investigadores da OMS não vão apresentar relatório preliminar sobre viagem a Wuhan

A equipe de investigadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) não deve apresentar um relatório preliminar sobre sua recente viagem à Wuhan, na China, informou o Wall Street Journal na noite desta quinta-feira (4). Entre janeiro e fevereiro, vários cientistas foram à cidade onde o surto de Covid-19 começou para investigar a origem do coronavírus.

Um informe preliminar sobre as descobertas havia sido prometido pelo diretor da OMS, Tedros Adhanom. Com o objetivo de resumir as descobertas, o informe preliminar deveria ter sido publicado na semana passada. "Um mero resumo não satisfaria a curiosidade dos leitores", disse ao WSJ o líder da equipe de investigadores da OMS, Peter Ben Embarek. O relatório final ainda será apresentado "nas próximas semanas", segundo a organização.

Cientistas pedem nova investigação

Nesta quinta-feira, em uma carta aberta, um grupo de 25 cientistas pediu por uma nova investigação internacional, alegando que a equipe da OMS que visitou a China obteve acesso insuficiente para investigar adequadamente as possíveis fontes do novo coronavírus, incluindo uma teoria de que o vírus possa ter escapado de um laboratório em Wuhan. Os investigadores da OMS disseram recentemente que "é improvável que coronavírus tenha vazado de laboratório chinês".

"...Desejamos sensibilizar o público para o fato de que metade da equipe conjunta convocada sob esse processo é composta por cidadãos chineses, cuja independência científica pode ser limitada, que os membros internacionais da equipe conjunta tiveram que confiar em informações que as autoridades chinesas decidiram compartilhar e que qualquer relatório de equipe conjunta deve ser aprovado pelos membros chineses e internacionais da equipe conjunta", afirmam os signatários da carta.

A investigação da origem do vírus se tornou um campo de batalha geopolítico. Enquanto a China pressiona a OMS a investigar outros países, alegando que é possível que o coronavírus tenha chegado a Wuhan por meio de mercadorias congeladas, os Estados Unidos exigem mais transparência por parte das autoridades chinesas.