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Pandemia

OMS investiga possíveis reações, mas ainda recomenda uso de vacina da AstraZeneca

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Caixa com doses da vacina da AstraZeneca contra Covid-19 em um refrigerador de um centro de vacinação no Reino Unido (Foto: Andrew Matthews / POOL / AFP)

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Enquanto vários países europeus suspendem a distribuição da vacina contra o coronavírus da AstraZeneca, em meio a relatos de possíveis casos de coágulos sanguíneos após a imunização, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta segunda-feira (15), que monitora a situação, mas que, no momento, ainda recomenda o uso do produto.

Diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que o comitê de assessores de segurança está investigando os dados relativos ao profilático. Para ele, o maior problema na atualidade segue sendo a falta de acesso a vacinas. Tedros saudou o compromisso do grupo Quad, formado por Estados Unidos, Austrália, Japão e Índia, de fornecer 1 bilhão de doses a países da região do pacífico. "Nenhum país poderá se livrar da pandemia sozinho. Precisamos agir juntos", disse.

Vice-diretora da Organização, Mariângela Simão reiterou que peritos vão se reunir amanhã para tratar da vacina da AstraZeneca e explicou que aguarda eventuais novas notificações de coágulos após a vacinação, mas que os dados preliminares indicam que essa conexão não existe. Segundo ela, a OMS trabalha diretamente com Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) na avaliação do quadro. "No momento, benefícios de vacinas se sobrepõem aos riscos", reforçou.

A cientista-chefe da instituição, Soumya Swaminathan, também salientou que o uso do imunizante deve continuar e lembrou que nenhuma vacina poderá ter 100% de segurança. A epidemiologista Katherine O'Brien, por sua vez, afirmou que não há indícios de que o produto não funcione contra as variantes do vírus.

Consultor sênior da OMS, Bruce Aylward expressou preocupação que à medida que o ritmo de imunização avança, alguns países tenham dificuldades em conseguir profissionais suficientes para a aplicação da vacina. Ele também disse que alguns governos estão fazendo exigências indevidas a laboratórios que devem fornecer ao programa Covax.

Interrupções

Neste domingo, a Holanda entrou para a lista de países que interromperam o uso da vacina contra a Covid-19 produzida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, de acordo com a Reuters.

O Ministério da Saúde local informou que a interrupção é uma medida de precaução após "possíveis efeitos colaterais" causados pelo imunizante em nações europeias. A suspensão deve durar, pelo menos, até o dia 29 de março.

Além da Irlanda, que anunciou neste domingo a interrupção no uso do imunizantes, outros países como Noruega, Islândia e Dinamarca também optaram pela medida.

Mais cedo, a AstraZeneca divulgou um comunicado reafirmando a segurança da sua vacina. A empresa declarou que promoveu uma análise dos dados dos pacientes vacinados e que não foi identificado nenhum indício de que a imunização aumente o risco de coágulos sanguíneos ou cause outros efeitos negativos.

Europa avalia vacinação

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) afirmou nesta segunda-feira (15), que os benefícios da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, superam os riscos de efeitos colaterais, quando observada a diminuição em mortes e hospitalizações. Em comunicado publicado após diversos países da região terem suspendido temporariamente a aplicação das vacinas, a EMA afirma que segue "investigando" potenciais riscos junto à própria empresa e especialistas em distúrbios sanguíneos.

Os casos de coágulos sanguíneos ocorridos até agora teriam afetado um "número pequeno de pessoas", segundo a agência.

Já os quadros tromboembólicos teriam ocorrido em números semelhantes aos que acometem a população em geral, de acordo com a EMA.

Ainda assim, a agência revisará os dados na terça-feira, e tem uma reunião extraordinária marcada para o próxima quinta-feira, 18, para o tema e avaliar "ações que tenham de vir a ser tomadas".

A EMA afirma que está avaliando os efeitos das 11 milhões de doses da vacina que já foram aplicadas.

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