A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quarta-feira (4) que as autoridades sanitárias da China finalmente apresentaram dados sobre casos de Covid-19 ao grupo de especialistas da entidade, particularmente sequenciamentos de genomas, e ressaltou que até agora não identificou quaisquer mutações do vírus nos mesmos.
“Não foram identificadas novas variantes ou mutações significativas nos dados de sequenciamento disponíveis ao público”, disse a OMS, em declaração após uma reunião do grupo de especialistas sobre a evolução da Covid-19 com representantes do Centros de Controle e Prevenção de Doenças da China (CDC).
A reunião, realizada na terça-feira (3) após numerosos pedidos da OMS à China para compartilhar mais informações sobre a atual explosão de casos no gigante asiático, apresentou dados sobre mais de 2 mil genomas de Covid-19 positivos recolhidos e sequenciados desde 1º de dezembro de 2022.
A OMS esclareceu que 97,5% dos genomas sequenciados e compartilhados pela China pertencem às subvariantes ômicron BA 5.2 e BF.7, de acordo com os casos analisados de viajantes da China que foram analisados em outros países.
Apesar da crescente colaboração entre as autoridades chinesas e da OMS (que realizaram uma reunião anterior em 30 de dezembro), a organização baseada em Genebra insistiu que a China “deve manter níveis elevados de sequenciamento” e compartilhá-los rapidamente.
“Isto é essencial para uma avaliação global dos riscos”, enfatizou a OMS, que também pediu a outros países para que mantenham os testes laboratoriais e enviem dados aos especialistas da entidade o mais rapidamente possível.
Em termos semelhantes, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, comentou nesta quarta-feira que a organização continua pedindo à China “dados mais confiáveis e mais rápidos sobre hospitalizações e mortes”.
Tedros também insistiu que a falta de informação da China tem sido parte da razão pela qual muitos países implementaram novas restrições aos viajantes da China, depois de uma onda de casos cuja verdadeira extensão é ainda desconhecida.
“Com o vírus circulando na China em níveis tão elevados, é compreensível que alguns países estejam tomando medidas que acreditam estar em vigor para proteger os seus cidadãos”, analisou.
Tedros frisou também que a OMS continua preocupada com o risco de vida que a explosão de casos na China pode representar, e insistiu que a China deve avançar com a vacinação para prevenir hospitalizações, casos graves e mortes.