Depois de autoridades do governo norte-americano terem sugerido que a origem da pandemia de Covid-19 provavelmente se deu a partir de um incidente em um laboratório da China, a Organização Mundial da Saúde (OMS) exigiu que os governos dos Estados Unidos e de outros países compartilhem as informações que possuírem sobre a origem da doença.
O assunto veio à tona nos últimos dias, quando o jornal americano Wall Street Journal (WSJ) divulgou, no final de fevereiro, a informação baseada em um documento confidencial de inteligência que foi entregue pelo Departamento de Energia do governo dos EUA à Casa Branca e a membros do Congresso, e após afirmação do diretor do FBI (polícia federal americana), Christopher Wray, de que a pandemia provavelmente foi causada pelo vazamento em um laboratório de Wuhan.
Nesta sexta-feira (3), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que, "se um país dispõe de informações sobre as origens da pandemia, é essencial que essas informações sejam compartilhadas com a OMS e com a comunidade científica internacional”.
Segundo o diretor da OMS, o objetivo do pedido não é “apontar culpados”, mas sim permitir ao mundo entender o que aconteceu, prevenir uma nova pandemia ou estar preparado caso seja inevitável.
Tedros esclareceu que a OMS “não abandonou seus planos de identificar as origens da pandemia de covid-19”. A OMS criou em 2021 um grupo consultivo científico, formado por especialistas de diversos países, para determinar as origens de novos patógenos, inclusive o causador da covid.
O diretor-geral da OMS lamentou que se persista em politizar as investigações realizadas para apurar como começou a emergência sanitária, por considerar que isso só dificulta a busca da verdade.
Já a China rechaçou os comentários do diretor do FBI e pediu aos Estados Unidos que respeitem "a ciência e os fatos".
Investigações
Antes da criação do grupo consultivo, uma missão de cientistas visitou Wuhan um ano após o início da pandemia e realizou investigações no local. E, embora não tenha chegado a conclusões definitivas, considerou improvável que a pandemia tenha começado com um vazamento de laboratório.
Posteriormente, os conselheiros da OMS recomendaram uma série de estudos que pudessem esclarecer a situação e que deveriam ser realizados na China e em outros países de forma a verificar ou descartar as diferentes hipóteses relacionadas com a origem da Covid-19.
"Continuamos a pedir à China que seja transparente e compartilhe informações, que realize as investigações necessárias e compartilhe os resultados", disse Tedros, que enfatizou ter escrito ou falado várias vezes com as autoridades chinesas a respeito.
O responsável da OMS sustentou ainda que, até que isso aconteça, "todas as hipóteses sobre a origem do vírus permanecem sobre a mesa".
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