Porto Príncipe - A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que haja novos casos de cólera no Haiti, ao mesmo tempo em que persistem os temores sobre uma expansão da doença nos campos de refugiados, embora a epidemia pareça abrandar com uma queda na taxa de mortes.
A doença já matou 259 pessoas e o medo da infecção se espalhou pelos miseráveis assentamentos, onde milhares se aglomeram desde o terremoto de janeiro que devastou a capital haitiana. O Ministério da Saúde do Haiti confirmou 3.342 casos da doença.
O terremoto do início do ano deixou mais de 250 mil mortos e forçou 1,3 milhão de haitianos a se refugiar nesses acampamentos improvisados e com péssimas condições sanitárias.
"Uma epidemia de alcance nacional de milhares de casos é uma possibilidade real", disse a ONU em um comunicado divulgado na segunda-feira, enquanto as agências de ajuda humanitária aumentavam seus esforços para manter a salvo a miríade de acampamentos da capital Porto Príncipe.
Inter
A República Dominicana organizou um plano de contingência na zona fronteiriça, fechando parcialmente quatro pontos de passagem àqueles que não tiverem passaporte. "A cólera é uma doença fácil de tratar", declarou o porta-voz de Desastres da OMS, Paul Garwood.
A França enviará missões médicas ao Haiti e doará uma ajuda de 100 mil euros, anunciou hoje o porta-voz da chancelaria francesa, Bernard Valero.
Um médico e dois especialistas em puericultura partirão das Antilhas francesas rumo a Porto Príncipe para reforçar a ajuda médica, principalmente nas creches e nos orfanatos.
Antes do fim de semana, uma segunda missão partirá de Paris, para levar ajuda médica e científica ao Ministério haitiano da Saúde, que já trabalha em conjunto com franceses.
A Cruz Vermelha francesa, por sua vez, anunciou nesta terça-feira que instalará no Haiti duas unidades de tratamento de água.
A União das Nações Sul-Americanas (Unasur) enviará nesta terça-feira um primeiro carregamento de ajuda, anunciou por sua vez o governo equatoriano, que preside o organismo.