Uma onda de ataques matou nesta sexta-feira (23) pelo menos 24 pessoas no Paquistão. Primeiro, um suicida matou 7 pessoas perto de um importante complexo da Força Aérea, no noroeste do país. Depois, 17 morreram em uma explosão em um ônibus que seguia para um casamento em outro local desta mesma região. Em um terceiro atentado, um carro-bomba deixou 15 feridos em Peshawar, principal cidade do noroeste paquistanês.
A onda de ataques ocorre na primeira semana de uma grande ofensiva do Exército no Waziristão do Sul, área do noroeste do país onde vivem muitos insurgentes do Taleban e da Al-Qaeda, perto da fronteira afegã.
O Complexo Aeronáutico do Paquistão, em Kamra, alvo do primeiro ataque, é o maior do setor no país e também é um centro de pesquisas. Alguns especialistas militares já mencionaram o local como um possível ponto para se manter aviões capazes de levar ogivas nucleares, mas o Exército, que não revela onde estão suas instalações nucleares, nega que esse local faça parte do programa nuclear nacional.
O atentado ocorreu quando um suicida em uma bicicleta se explodiu perto de um posto de controle em uma rodovia que leva ao complexo, a aproximadamente 50 quilômetros da capital, Islamabad. O oficial de polícia Akbar Abbas culpou o Taleban pelo ataque. Há dois soldados entre os sete mortos. Pelo menos 13 pessoas estão feridas.
Horas depois, um carro-bomba explodiu em um estacionamento em Peshawar, principal cidade no noroeste do país. Quinze pessoas se feriram. O local da explosão era próximo de um restaurante, uma piscina e um salão para casamentos.
Pouco depois, surgiu a informação sobre a explosão no ônibus, que seguia para a região tribal de Mohmand. Quatro mulheres e três crianças estavam entre os 17 mortos, segundo Zabit Khan, um funcionário do governo. "Parece ser uma bomba de controle remoto e os militantes podem ter atingido o ônibus por engano", disse.
Como outras partes do cinturão tribal do Paquistão, Mohmand tem sido um foco de militantes do Taleban. Os militares realizaram operações na área no passado para retirar os insurgentes dali, mas há ainda problemas.
Sequência
Houve pelo menos 9 grandes atentados no Paquistão neste mês, a maioria contra alvos da polícia ou do Exército. O país está sob intensa pressão para eliminar grupos militantes islamitas que se abrigam no noroeste, perto da fronteira afegã. Esses extremistas atacam também as forças ocidentais no Afeganistão. O Exército já perseguiu os militantes em vários distritos, perdendo centenas de soldados, mas ainda há dúvidas sobre o comprometimento estratégico do Paquistão com essa luta.
A ofensiva no Waziristão do Sul começou há sete dias. O Exército já penetrou na área outras três vezes, desde 2004, e nunca conseguiu controlar de fato a região. Funcionários ocidentais afirmam que a Al-Qaeda tem usado o Waziristão do Sul para preparar operações e como base de treinamento para extremistas.
Hoje, um comunicado dos militares afirma que mais dois soldados foram mortos em combates, elevando o número de baixas para 20. Entre os militantes, o número de mortos subiu para 142. Não é possível entrar na região e, por isso, é impossível verificar de modo independente as informações.
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