Uma série de ataques no Iraque que atingiu bairros xiitas de Bagdá deixou ontem pelo menos 54 mortos, enquanto forças de segurança mataram 10 militantes, totalizando ao menos 64 mortos. As ações miram a mesma vertente religiosa do premiê iraquiano Nouri al-Maliki. Maioria no país, os xiitas são acusados de discriminação pelos sunitas.
Segundo as autoridades locais, 11 carros-bomba explodiram em nove bairros diferentes da capital iraquiana, sendo sete de maioria xiita. O maior alvo foi o bairro de Cidade Sadr, onde um carro-bomba explodiu em uma praça em que operários esperavam por chances de emprego.
A explosão lançou um micro-ônibus a mais de dez metros de distância e destruiu as janelas de várias lojas. Outra bomba que explodiu na região teve como alvo lojas de materiais de construção.
Mais nove bombas explodiram em outras regiões da Bagdá, incluindo Mahmoudiya, a 30 km do centro da cidade. Em Kut, a 160 km ao sul da capital iraquiana, dois carros-bomba foram detonados ao lado de um mercado e de um prédio em construção.
Nenhum grupo havia reivindicado os atentados até o fechamento desta edição, mas a principal suspeita é contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, rede terrorista vinculada à Al-Qaeda.
Mais de 800 pessoas morreram em episódios de violência no Iraque neste mês, segundo dados da agência France Presse, que têm como base fontes médicas e de segurança. É uma média de 27 óbitos por dia. Desde o início do ano, mais de 3 mil pessoas morreram no país.
Guerra
Em comunicado, o Ministério do Interior afirmou que o Iraque enfrenta "uma guerra aberta travada pelas forças do sectarismo sangrento com o objetivo de jogar o país no caos e reproduzir a guerra civil". O documento pede o "total apoio e cooperação dos cidadãos com as forças de segurança".
Os ataques acontecem no momento em que militantes sunitas muçulmanos voltam a ganhar força em sua insurgência contra o governo liderado pelos xiitas, no poder desde a invasão dos EUA que derrubou Saddam Hussein.
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