Uma onda de protestos agitava La Paz e outras cidades bolivianas nesta quinta-feira, dias antes da realização de um referendo revogatório nacional no qual o presidente Evo Morales e seus opositores medirão forças na busca para solucionar uma árdua disputa política.
Centenas de mineiros procedentes do interior do país chegaram a La Paz ontem e cercaram um edifício do governo onde funcionam cinco ministérios. Durante a manifestação, como é comum na Bolívia, os mineiros detonaram algumas cargas de dinamite.
Nesta quinta, os mineiros deixaram o local e anunciaram passeatas pelas decadentes ruas do centro de La Paz. Os protestos foram convocados pela Central Operária Boliviana (COB), que exige do governo a aprovação de um projeto específico de aposentadorias para os profissionais do setor.
Os protestos de sindicatos de esquerda coincidem com os chamados a mobilizações por parte de líderes conservadores regionais, de oposição a Morales.
Entidades cívicas de quatro regiões bolivianas em busca de mais autonomia anunciaram greves para a próxima semana para exigir do governo central a restituição de parte da renda com petróleo que corresponderia a essas províncias e que foi retida para o pagamento de pensões aos idosos.
"É estranho que essas mobilizações ocorram agora, dias antes do referendo", disse hoje à emissora de televisão PAT o vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais, Sacha Llorenti.
No referendo revogatório, convocado para 10 de agosto, os bolivianos decidirão se desejam que o presidente e os governadores de província concluam seus mandatos ou que novas eleições sejam convocadas.
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