Os saques violentos ocorridos ontem e na terça-feira, na província argentina de Córdoba, geraram um efeito dominó que colocou as autoridades em estado de alerta. Poucas horas depois do episódio que deixou um morto e centenas de feridos em Córdoba, um comerciante chinês morreu queimado após enfrentamento com saqueadores na cidade de Glew, na província de Buenos Aires.
Lin Jang Xuan foi surpreendido por um grupo de pessoas que tentou fazer um arrastão no supermercado, mas ele reagiu com disparos de armas de fogo e feriu um deles. Os saqueadores fugiram, mas acabaram voltando e atearam fogo no estabelecimento comercial.
O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, afirmou que "é preciso estar muito atento, como sempre, para descomprimir a situação gerada pelas reclamações sociais, para poder dar a contenção necessária".
Ele disse que espera que as coisas "sejam pacificadas". Scioli se solidarizou com o governador da província de Córdoba, Juan Manuel de la Sota. "Espero que ele possa controlar a situação e que, através do governo federal, marcando os distintos níveis de responsabilidade, possa levar às famílias de Córdoba tranquilidade e segurança".
No início da tarde, De la Sota anunciou um acordo de reajuste salarial para os policiais cordoveses que realizavam uma greve desde terça-feira, o que desatou a onda de saques e roubos na cidade e muita violência.
Os comerciantes e moradores de diversos bairros defenderam suas lojas e residências como puderam, inclusive com armas de fogo. Mais de 60 pessoas ficaram feridas, 13 delas foram baleadas. Vários estabelecimentos comerciais foram destroçados. Os policiais tinham se aquartelado, ainda na terça-feira, para reivindicar aumentos e prêmios de fim de ano. Os saques começaram na noite do mesmo dia.