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O jornalista Leonardo Rivas, diretor de notícias da rádio digital La Cariñosa, foi brutalmente assassinado na manhã de sábado (23) em uma emboscada realizada por criminosos numa rodovia que liga a cidade de Guayaquil com a cidade de Daule, ambas localizadas na província de Guayas, no Equador. Segundo testemunhas, homens armados interceptaram o veículo em que ele estava e dispararam diversas vezes.
De acordo com a mídia local, Rivas seguia acompanhado no carro. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram que a segunda ocupante do veículo era uma mulher, que não ficou ferida. Rivas ainda chegou a receber ajuda médica em um hospital local, mas não resistiu aos ferimentos.
O Equador tem enfrentado nos últimos meses uma escalada de violência devido à força do crime organizado, o que gerou uma crise de segurança pública grave no país. Guayas foi a província mais atingida por essa crise.
ATENÇÃO: IMAGENS FORTES.
A Fundação Andina para a Observação e Estudo de Meios de Comunicação (Fundamedios), que registra casos de violência contra a imprensa, condenou o assassinato do Rivas e exigiu investigações “rápidas e rigorosas” para identificar e punir os responsáveis. Em comunicado, a entidade destacou que o ataque representa mais um “grave atentado contra a liberdade de imprensa no Equador”.
A violência contra jornalistas no Equador tem alcançado níveis alarmantes. De janeiro a novembro de 2024, a Fundamedios registrou 151 ataques contra profissionais da imprensa no país, incluindo ameaças, censura e até exílios forçados. Desde 2023, pelo menos 13 jornalistas abandonaram o Equador devido a ameaças diretas à sua segurança e à de suas famílias.
O presidente do Equador, Daniel Noboa, declarou no começo deste ano um estado de "conflito armado interno” no país para tentar combater com mais intensidade o crime organizado. A medida foi tomada após uma série de atentados realizados por criminosos do país, que incluíram o ataque ao vivo a uma emissora de televisão em Guayaquil.
Noboa classificou os narcotraficantes que atuam no Equador como "terroristas" e reforçou a necessidade de combater essas organizações com medidas mais duras.