• Carregando...
Adultos e crianças tentam se refrescar em parque em Madri, em agosto do ano passado
Adultos e crianças tentam se refrescar em parque em Madri, em agosto do ano passado| Foto: EFE/Zipi Aragón

As ondas de calor que atingiram a Europa ao longo de 2022 provocaram 16,3 mil mortes, em um ano em que a temperatura neste continente foi 2,3°C acima da média pré-industrial (1850 -1900), utilizada como referência para o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.

Estes números são da base de dados internacional de Eventos de Emergência (EM-DAT) recolhidos em um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e do Copernicus Climate Change Service (C3S) divulgado nesta segunda-feira (19).

“O estresse térmico sem precedentes sofrido pelos europeus em 2022 foi uma das principais causas do excesso de mortes relacionadas ao clima na Europa. Infelizmente, isso não pode ser considerado um evento isolado ou uma estranheza climática”, afirmou o diretor do C3S, Carlo Buontempo.

Nesse sentido, advertiu que a evolução do sistema climático mostra que este tipo de eventos faz parte de um padrão “que vai tornar o estresse térmico extremo mais frequente e intenso em toda a região”.

Segundo dados do EM-DAT, os riscos meteorológicos, hidrológicos e climáticos - tempestades, inundações, incêndios florestais, deslizamentos de terra e temperaturas extremas - mataram 16.365 pessoas no ano passado e afetaram diretamente 156 mil pessoas.

As inundações e tempestades representam 67% dos eventos e foram responsáveis pela maior parte dos prejuízos econômicos totais, cuja fatura ascendeu a US$ 2,13 bilhões.

Muito mais graves, em termos de mortalidade, foram as ondas de calor, que concentraram 99,6% das mortes, segundo o relatório do Estado do Clima na Europa em 2022 da OMM e do C3S, que se resume a um aumento de temperaturas, baixa pluviosidade, mais incêndios florestais e derretimento sem precedentes das geleiras.

O documento confirma que a Europa aqueceu o dobro da média global desde a década de 1980, com impactos de grande alcance no tecido socioeconômico e nos ecossistemas da região.

A segunda edição deste relatório coincide com a celebração em Dublin, na Irlanda, da VI Conferência Europeia de Adaptação às Mudanças Climáticas e procura fornecer dados ajustados às necessidades específicas de cada região para que possam melhorar suas estratégias de adaptação e mitigação.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]