Trabalhadores de Havana, a capital de Cuba, participaram da pesquisa feita por ONG sobre a saúde laboral no país| Foto: EFE/Yander Zamora
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Um estudo da Associação Sindical Independente de Cuba (ASIC), divulgado nesta quinta-feira (27), denuncia a situação precária de trabalhadores no país, que convivem com a má alimentação, problemas de saúde e insegurança no ambiente de trabalho.

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Os dados levantados apontam que mais de 60 cubanos morreram no período de um ano somente por conta de acidentes no local onde exercem suas atividades laborais. Os pesquisadores relacionam as mortes, entre outros fatores, à omissão do regime cubano em fornecer segurança trabalhista aos cidadãos.

O estudo abrangeu cinco regiões de Cuba, mas ocorreram dificuldades no levantamento das informações devido à baixa acessibilidade da população a serviços básicos, como eletricidade e internet, além da falta de segurança em algumas localidades, entre elas a capital Havana.

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Além das mortes denunciadas, os resultados do levantamento mostram que 29% dos entrevistados possuem alguma doença crônica; 60% fazem uso de algum medicamento com frequência; e 55% se tornaram incapazes de exercer a função ou necessitam de atendimento médico, mas desconhecem os meios de buscar ajuda.

Quanto à saúde mental, 41% requerem alguma atenção psicológica; 90% sofrem com o estresse; 71% estão insatisfeitos com o trabalho; 55,8% lidam com alto volume de carga de trabalho; e 83% trabalham mais do que o esperado.

A maioria dos cubanos consultados afirmou nunca ter recebido orientações do governo e de seus funcionários sobre cuidados de saúde e segurança no trabalho, bem como informações sobre acidentes ou doenças ocupacionais.

Somente no ano passado, dois grandes desastres vitimaram trabalhadores cubanos durante a jornada de trabalho: a explosão no Hotel Saratoga, em maio, evento que provocou a morte de 45 trabalhadores, e a explosão nas jazidas de petróleo da Matanzas Supertanker Base, em agosto, que matou 16 pessoas e feriu mais de 150.

Como conclusão do estudo, a ASIC afirma que “há uma indiferença por parte do regime em adotar medidas de prevenção a perigos no ambiente de trabalho e cuidados com a saúde dos cidadãos".

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A ONG denuncia ainda que ocorrem violações das Convenções 155 e 187 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) por parte da ditadura de Miguel Díaz-Canel, que tratam de garantias à população de locais de trabalho seguros e saudáveis.

Há aproximadamente um mês, o Ministério da Saúde do Brasil enviou medicamentos ao país caribenho devido à crise na saúde pública. Outros 11 países também receberam doações brasileiras de remédios básicos.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]