Vista da vizinhança de Chacao durante um apagão em Caracas, em 7 de março | Foto: Matias DELACROIX/AFP| Foto:

Mais de dois dias se passaram e grande parte da Venezuela continua no escuro. Os efeito mais graves da falta de energia elétrica se registram nos hospitais que não tinham gerador ou naqueles em que o equipamento não estava funcionando.

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O diretor da ONG Coalizão de Organizações pelo Direito à Saúde e à Vida (Codevida), Francisco Valencia, afirmou que foram relatadas 15 mortes em todo o país devido à falta de hemodiálise, tratamento para pacientes renais crônicos.  Devido à falta de energia elétrica, vários centros pelo país estão sem funcionar desde quinta-feira (8).

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"Na Venezuela existem 129 unidades de diálise para atender 10.200 pessoas, a ausência de serviços de água, eletricidade e tratamento estão condenando-os à morte", disse Valencia.

Anteriormente, organizações não governamentais haviam denunciado que a falta de fornecimento de energia e o mal funcionamento provocaram, na sexta-feira, as mortes de um recém-nascido e de um adolescente de 15 anos em Caracas. Também há relatos de partos e até de cirurgias feitas sob a luz de celulares e velas, que se espalharam pelas redes sociais.

O ditador Nicolás Maduro, falando a uma multidão de apoiadores neste sábado, disse que o processo de reconexão do sistema elétrico nacional "deve ser definitivo" e estará "estável nas próximas horas".

Mais tarde, Maduro disse que a energia foi restabelecida em algumas regiões.

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Maior apagão da história

Na quinta-feira (7) à tarde, em cerca de 90% do território nacional, venezuelanos ficaram sem energia elétrica. O regime prometeu restabelecer o serviço em três horas, mas 24 horas depois milhões de pessoas ainda estavam sem luz, aumentando o caos no país. A energia voltou às casas parcialmente a partir da tarde de sexta-feira.

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Neste sábado (9), entretanto, por volta do meio dia, um novo apagão atingiu várias zonas do país. De acordo com relatos das redes sociais e da imprensa local, pelo menos 13 estados, inclusive a capital Caracas, foram afetados pela falta de luz. Alguns setores estão sem energia elétrica desde quinta-feira (7), especialmente no interior do país. Segundo o observatório NetBlocks, no início da tarde de sábado 96% da Venezuela estava sem acesso à internet devido ao apagão. Além do setor de saúde, telecomunicações e transporte também foram afetados.

Os cortes de luz são comuns em várias partes da Venezuela, mas um blecaute dessa magnitude jamais havia ocorrido. Foi mais um marco na profunda crise que assola os venezuelanos. Para os chavistas, o apagão foi causado por sabotagem coordenada pelos Estados Unidos. O problema ocorreu na hidrelétrica de Guri, responsável por cerca de 70% do fornecimento de energia do país, e a oposição defende que foi provocado por corrupção e improbidade do regime socialista.