A Anistia Internacional pediu nesta quarta-feira (22) ao Paquistão para que proteja a menina cristã acusada de queimar folhas onde estavam escritos versículos do Alcorão e que reforme a lei que prevê pena de morte para casos de blasfêmia.
A jovem Rimsha, que teria de 10 a 16 anos, de acordo com várias fontes, foi presa na quinta-feira passada em um bairro pobre da capital Islamabad e colocada em detenção provisória por 14 dias, depois denunciada por muçulmanos revoltados que exigiam que ela seja punida por blasfêmia por ter queimado folhas de papel com versos do Alcorão.
Este caso demonstra "a erosão do Estado de direito" no Paquistão, e os graves perigos que ameaçam qualquer pessoa acusada de blasfêmia, enfatiza o comunicado de Polly Truscott, diretora da Anistia Internacional para a Ásia.
Os Estados Unidos classificaram a prisão da jovem paquistanesa - que seria portadora de Síndrome de Down - como um fato "profundamente perturbador" e receberam com satisfação o anúncio do presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, de que vai investigar o caso.
Zardari assim reagiu em meio à crescente preocupação internacional com a intolerância religiosa no Paquistão, após os assassinatos neste ano de uma líder política e de um ministro cristão do gabinete que havia se manifestado contra a lei de blasfêmia.
Ativistas defensores dos direitos humanos dizem que as rígidas leis paquistanesas contra a blasfêmia são frequentemente usadas para dirimir disputas insignificantes, fazendo das minorias um alvo frequente.
Alguns relatórios indicam que a menina estava queimando papéis -tirados de uma lixeira- para cozinhar, quando foi acusada de profanar páginas escritas com versos do Alcorão, texto sagrado dos muçulmanos.
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