O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, durante a cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), em Caracas, em abril| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez
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A ONG Instituto sobre Raça, Igualdade e Direitos Humanos (conhecida como Raça e Igualdade), com sede nos Estados Unidos, divulgou um relatório este mês que detalha os projetos custeados por instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), na Nicarágua e pediu que tais projetos sejam suspensos ou cancelados devido à repressão do regime de Daniel Ortega.

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O documento aponta que desde 2018 a ditadura da Nicarágua foi responsável por 355 execuções extrajudiciais, mais de 2 mil detenções arbitrárias devido aos protestos por democracia de seis anos atrás, 317 casos de retirada arbitrária da nacionalidade nicaraguense de críticos do regime e pela permanência de 141 presos políticos “em centros estatais em condições que envolvem condições cruéis, tratamento desumano e tortura”.

O relatório aponta que, em fevereiro deste ano, o Banco Mundial, o FMI, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Centro-Americano de Integração Econômica estavam apoiando 97 projetos de desenvolvimento na Nicarágua, que somavam cerca de US$ 5 bilhões.

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“Entre estes projetos, estão 57 que foram aprovados após o início da crise em 2018, com uma aprovação total de US$ 2,784 bilhões, de acordo com as informações disponíveis nos seus sites”, disse o Raça e Igualdade.

Diante dessa situação, a ONG recomendou que essas instituições financeiras internacionais realizem uma revisão “imediata e urgente” dos seus projetos na Nicarágua e, “diante das comprovadas violações de direitos e crimes contra a humanidade, procedam à sua suspensão condicional e/ou cancelamento em território nicaraguense”.

As instituições citadas não se pronunciaram sobre o relatório.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]