Quito A eleição da Assembléia que deverá redigir uma nova Constituição no Equador apresentou atrasos na instalação das seções eleitorais e desorganização ontem, de acordo com a ONG Participação Cidadã, que acompanha o processo.
"A tônica geral no início da jornada foi marcada pelo atraso na instalação das mesas e juntas receptoras de voto e a desorganização na infra-estrutura do ato eleitoral, o que ocasionou várias dificuldades na manipulação das cédulas", afirma a ONG, que descartou, no entanto, qualquer indício de uma possível fraude.
Missões de observação como da OEA (Organização dos Estados Americanos) e da UE (União Européia) concordaram em classificar de "complexa" a eleição da Constituinte devido ao grande número de candidatos.
As eleições começaram às 7 horas de ontem com uma cerimônia no Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) em Quito, na presença do presidente Rafael Correa.
Cerca de 9,3 milhões de equatorianos, inclusive os 153.244 que vivem no exterior, estão convocados para esta que é a quarta eleição em 11 meses para formar a Constituinte. No total, 3.229 pessoas se candidataram para os 130 postos de deputados constituintes. As votações se encerraram às 17 horas (19 horas em Brasília). Favoritismo Projeções oficiais e independentes indicam o governo como favorito para assumir o controle da Constituinte, que deve entrar em função no dia 31 de outubro por 180 dias e um prazo máximo de outros 60.
O partido do presidente equatoriano deve obter entre 65 e 68 cadeiras, contra 38 dos três principais partidos de oposição, segundo pesquisa divulgada neste sábado pela consultoria privada Market, que entrevistou 7.040 eleitores em todo o país, com margem de erro de 3%.
De acordo com os números, o partido Aliança País, de Correa, teria 70% dos votos e elegeria 68 constituintes, além de vencer com folga em todas as províncias do país. Os demais 30% incluem todos os demais partidos e coalizões, além votos brancos e nulos. A pesquisa confirma os números que já tinham sido indicados na enquete da SP-Estudios y Investigaciones.
"As pesquisas de várias origens, não necessariamente contratadas pelo governo, nos dão entre 66 e 72 cadeiras", afirmou o ministro do Interior, Gustavo Larrea.