Dezenas de migrantes foram transportados da fronteira sul dos Estados Unidos no Texas para Chicago e Nova York na noite de segunda-feira (19), horas após a Suprema Corte ter ordenado manter temporariamente a norma de saúde conhecida como Título 42.
A prefeitura de El Paso, no Texas, que faz fronteira com Ciudad Juárez, no México, anunciou que manterá o estado de emergência, declarado pelo prefeito para o que se esperava ser o fim da regra que permite a expulsão da maioria dos migrantes ilegais que chegam aos EUA por via terrestre.
“Continuaremos procedendo como se o Título 42 tivesse sido suspenso”, disse o prefeito Oscar Leeser em entrevista coletiva depois do anúncio da Suprema Corte.
As autoridades locais e federais esperavam que a suspensão da regra, imposta pelo ex-presidente Donald Trump (2017-2021) e mantida pela atual gestão de Joe Biden, resultasse em um aumento do número de migrantes que chegam às cidades fronteiriças.
À medida que a noite caía em El Paso, fora do abrigo da paróquia Sagrado Coração, no sudoeste da cidade, um homem e uma mulher de camisetas e credenciais do Gabinete de Gestão de Emergências do Texas começaram a oferecer aos migrantes uma viagem gratuita de ônibus para Nova York ou Chicago, como a Agência EFE pôde verificar.
Desde abril deste ano, o governador do Texas, Greg Abbott, tem enviado dezenas de ônibus com migrantes para cidades do norte do país, com o objetivo de pressionar o presidente Biden a reforçar as políticas de imigração.
Aqueles que ficaram sem espaço no abrigo jesuíta, que tem uma capacidade limitada para cerca de 150 pessoas, escutaram atentamente sobre as condições da viagem.
Como a mulher explicou, apenas pessoas com documentos de imigração dos EUA poderiam embarcar. Ou seja, aqueles que se entregaram à Patrulha de Fronteira ao atravessar a fronteira, e não aqueles que atravessaram sem serem detectados. Desanimados após terem ouvido as condições, muitos foram embora.
“Não podemos embarcar, eles podem nos deportar”, disse um dos migrantes, que pediu para não ser identificado. A Suprema Corte deve decidir nos próximos dias se irá manter ou não o Título 42, enquanto um tribunal inferior analisa o caso.
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