O Conselho de Segurança da ONU aceitou nesta sexta-feira o pedido do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para defender pessoalmente, em Nova York, o programa nuclear do seu país. Ahmadinejad quer discursar antes que os 15 países do Conselho votem uma nova proposta de resolução - já aceita pelas grandes potências - que imporia novas sanções ao programa iraniano - que Teerã diz ser pacífico, mas que o Ocidente teme estar voltado para o desenvolvimento de armas nucleares. A votação deve ocorrer na semana que vem, mas não há data marcada.
- Transmitimos a carta contendo o pedido do embaixador [iraniano] de que seu presidente quer liderar a delegação. Não recebemos nenhuma objeção. Como dissemos a todos os 15 que isso vai acontecer, pressuponho que vai acontecer - disse o embaixador sul-africano na ONU, Dumisani Kumalo, que preside o Conselho neste mês.
A resolução apresentada na quarta-feira ao Conselho proíbe as exportações de armas do Irã (mas não as importações) e congela os bens de 28 indivíduos, grupos e empresas, o que inclui o Banco Sepah, estatal, e alguns comandantes da Guarda Revolucionária do Irã. A exemplo do que ocorrera na primeira resolução com sanções ao Irã, de 23 de dezembro, a nova proposta dá outros 60 dias para que o país suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio, sob pena de sofrer sanções adicionais.
Para discursar em Nova York, Ahmadinejad precisará de um visto dos EUA, que ele já recebeu em outras ocasiões em que discursou na ONU. Em Teerã, o presidente voltou a rejeitar as exigências do Conselho de Segurança .
- Temos um ciclo de combustível nuclear. Não abriremos mão dele sob pressão - afirmou Ahmadinejad em evento na cidade de Khatam (centro). - Ao realizar reuniões vocês [Ocidente] não podem bloquear o caminho da nação iraniana - declarou ele, segundo a agência estatal de notícias Irna.
A resolução de dezembro proibia a transferência de materiais e tecnologia que pudessem ter relação com o programa nuclear e de mísseis balísticos, e congelava os bens no exterior de alguns indivíduos e empresas vinculadas a tais programas. Desta vez, as sanções vão além dos programas nuclear e de mísseis, incluindo também unidades de elite da Guarda Revolucionária, que apóia ou treina movimentos revolucionários.
A resolução a ser votada é o resultado de duas semanas de negociações. Nesse período foram excluídas sanções mais duras, como a proibição de viagens a autoridades iranianas, que agora será um gesto voluntário de cada país. Mas o texto pede a instituições financeiras internacionais e governos nacionais que evitem empréstimos ao Irã, exceto para fins "humanitários e de desenvolvimento''.
Autoridades dos EUA dizem que as sanções anteriores e as medidas americanas para restringir o acesso do Irã ao mercado financeiro internacional já provocaram agitação política dentro da República Islâmica e levaram alguns bancos e empresas do exterior a deixarem de fazer negócios com o país.
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