O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse ontem que é responsabilidade do governo sírio garantir a liberdade de movimento dos observadores da entidade que foram enviados ao país para monitorar o cessar-fogo em vigor desde a última quinta-feira.
Ban voltou a alertar que o cessar-fogo na Síria é "muito frágil" e afirmou que as forças da oposição "precisam cooperar plenamente".
Ativistas voltaram a reportar ontem ataques das tropas do governo na Síria.
Os ataques estariam a ocorrer nas cidades de Homs, Hama e Idlib, focos da revolta contra o presidente Bashar Assad. Segundo os ativistas, 14 pessoas foram mortas ontem nessas três cidades.
As informações sobre bombardeios e mortes partiram do Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, com sede em Londres, e dos Comitês de Coordenação Local, que reúnem vários grupos oposicionistas sírios.
Não foi possível confirmar com fontes independentes as informações.
Embora o nível geral de violência tenha caído significativamente desde então, ataques de forças sírias a redutos oposicionistas durante o fim de semana levantaram dúvidas sobre o comprometimento do regime de Bashar Assad com o plano elaborado pelo mediador da ONU para a Síria, Kofi Annan, para dar fim a 13 meses de hostilidades entre governo e oposicionistas.
Um grupo de seis observadores da ONU já está em Damasco negociando os termos da missão com autoridades sírias.
Durante coletiva em Bruxelas, Ban pediu ontem ao regime de Assad que garanta aos observadores plena liberdade para levar a cabo sua missão. "Eles deverão ter permissão para se deslocarem a quaisquer lugares onde poderão testemunhar o fim da violência," disse.
Segundo Ban, o cessar-fogo é "muito frágil", mas é fundamental que se mantenha em pé para que o "diálogo político tenha continuidade".
O secretário-geral também pediu a total cooperação das forças de oposição e acrescentou que a ONU pretende aumentar o número de observadores na Síria para 30 e, posteriormente, para cerca de 250 pessoas, dependendo de autorização do Conselho de Segurança da ONU ainda nesta semana.
A violência na Síria já causou mais de 11.100 mortes desde o início do levante popular contra Assad, em março do ano passado, segundo o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, com sede em Londres. O número inclui 7.972 civis e 3.145 militares e combatentes oposicionistas. Desde o início do cessar-fogo, o número de mortos chega a 55, informou o observatório.
O emir do Catar, o xeque Hamad bin Khalifa al-Thani, disse ontem em visita a Roma que o plano de paz da Liga Árabe e da Organização das Nações Unidas (ONU), negociado por Kofi Annan para pacificar a Síria, tem apenas "3% de chances" de dar certo. Segundo ele, a violência impede que o plano de pacificação funcione. Ele afirmou que o povo sírio precisa ser apoiado não apenas com meios pacíficos, mas também "com armas".
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